Advogado de Bolsonaro: acusação de violar tornozeleira foi narrativa para "humilhação"
Paulo Bueno acrescentou que não havia intenção de Bolsonaro "subtrair-se ou evadir-se" da casa dele, devido à presença constante de viaturas armadas na frente do imóvel. Bolsonaro admitiu ter usado ferro de solda na tornozeleira
18:49 | Nov. 22, 2025
Um dos advogados de Jair Bolsonaro (PL), Paulo Bueno, disse que a justificativa de violação da tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente foi “uma narrativa que tenta justificar o injustificável”. Declaração foi dada em coletiva na tarde deste sábado, 22, em Brasília.
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O defensor acrescentou que não havia intenção de Bolsonaro “subtrair-se ou evadir-se” da casa dele, devido à presença constante de viaturas armadas na frente do imóvel. Portanto, Bueno atribui a justificativa da violação como “humilhante”.
“Não haveria. Isso é querer justificar o injustificável. A tornozeleira tornou-se neste caso o símbolo na pena inflamante, versão moderna da pena inflamante. Sua função tornou-se apenas causar humilhação ao ex-presidente”, disse ele.
E completou: “Não havia qualquer necessidade. Desconheço qualquer indivíduo no Brasil com tornozeleira que tenha uma escolta permanente da Polícia Federal na porta de sua casa. Não haveria como ele fugir”.
A determinação de prisão preventiva por parte da Polícia Federal se deu justamente por um descumprir medidas cautelares na investigação sobre tentativa de impedir o julgamento da tentativa de golpe.
Bolsonaro chegou a confessar que utilizou um ferro de solda no adereço, conforme vídeo da Polícia Federal.
Paulo Bueno chegou a ser questionado sobre isso por jornalistas na coletiva, mas não respondeu. Entrou em um veículo e encerrou a conversa. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deu 24 horas para que a defesa se pronuncie sobre a violação.
Defesa alega saúde frágil do ex-presidente e compara com prisão de Collor
Paulo Bueno se disse indignado com a determinação, ainda, devido ao comparecimento de Bolsonaro nas fases do processo e, especialmente, à saúde frágil do ex-presidnete.
“Compareceu inclusive espontaneamente na ocasião do recebimento do julgamento da sua denúncia. E é um idoso, padece de problemas que são pública e ostensivamente graves em sua saúde”, disse.
Dentre os comprometimentos a saúde ele citou desde a facada durante a campanha de 2018 chamada por ele de “criminosa”, até “seis cirurgias de longa duração, a última de doze horas”.
Detalhou: “Foi internado por diversas vezes com semi obstruções intestinais, inclusive no fatídico 8 de janeiro, logo em seguida ele foi internado nos Estados Unidos. Sofreu de erisipela. Padece portanto de uma situação extremamente frágil”.
A defesa, portanto, comparou o caso de Bolsonaro com o de outro ex-presidente, Fernando Collor de Melo, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, que cumpre pena domiciliar.
“É inconcebível que o ex-presidente Fernando Collor de Melo seja mantido em prisão domiciliar por conta de apneia do sono e de doença de parkinson, enquanto que o presidente Bolsonaro seja submetido a uma prisão vergonhosa nas dependências da Polícia Federal, diante de todo o estado gravíssimo de saúde que ele apresenta”.