"Fortaleza não pode mais perder áreas verdes", alerta Artur Bruno na Câmara
Superintendente do Ipplan reforçou necessidade de ampliação de áreas verdes na Capital, relacionando a preservação com a melhoria da qualidade de vida
14:36 | Set. 17, 2025
O superintendente do Instituto de Pesquisa e Planejamento de Fortaleza (Ipplan), o ex-deputado Artur Bruno (PT), apresentou o processo de revisão do Plano Diretor Participativo Sustentável (PDPS) na sessão da terça-feira, 16, da Câmara Municipal (CMFor). Em entrevista coletiva, ele defendeu a ampliação de áreas verdes na Cidade.
“Respeitamos muito a autonomia da Câmara de Vereadores e eu digo isso porque eu fui vereador. Sei da importância da Câmara Municipal. São os legítimos representantes da população. Eles têm todo o direito de mudar a legislação. O que nós queremos chamar a atenção é que Fortaleza não pode mais perder áreas verdes. Pelo contrário, nós temos que aumentar", afirmou.
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Na análise de Artur Bruno, seria "muito ruim" para a população se houver redução nos próximos anos. "Seria inadmissível para a qualidade de vida, sobretudo das pessoas mais pobres que têm pouca condição de se proteger”.
Conforme informou, a Capital tem atualmente apenas 16% de áreas verdes "originais" preservadas. "Fortaleza perdeu quase todas as áreas verdes nas últimas décadas. Nos últimos oito anos, nós perdemos 20% das áreas verdes. Significa 8 km² de áreas verdes perdidas nos últimos oito anos”, destacou o superintendente.
Ele mencionou que a criação de parques e corredores verdes como uma das estratégias. “Um dos objetivos do Plano Diretor é não só manter as atuais áreas verdes, mas aumentá-las. E, recentemente, inclusive, o prefeito Evandro Leitão (PT) já mostrou na prática a sua intenção quando criou mais cinco parques urbanos. E essa é uma política que terá continuidade”, disse.
“Nós temos uma preocupação muito grande nesse Plano Diretor de manter o máximo possível essas áreas verdes já existentes", reforçou. O superintendente do Ipplan também chamou atenção para a necessidade de ocupar regiões com infraestrutura, evitando a expansão desordenada para as áreas periféricas.
"Um dos objetivos principais é intensificar a ocupação dessas áreas onde há infraestrutura. Há vários estímulos para que se implantem empreendimentos, seja de comércio, de indústria, de moradia, realmente em locais onde há infraestrutura. E justamente essas áreas nas margens, na fronteira da Cidade com as vizinhas, é onde tem mais áreas verdes, que é onde a gente deve fazer um esforço grande para manter essas áreas verdes da forma como elas estão hoje e até aumentá-las”, pontuou.
Entre as justificativas, Artur Bruno associou a preservação ambiental à qualidade de vida. “A temperatura média de Fortaleza tem aumentado em 2 graus nos últimos anos. Onde é mais quente é justamente na periferia, onde há poucas áreas verdes. As áreas mais pobres, onde tem mais vulnerabilidade, são as que mais necessitam de áreas verdes”, alertou.