Governo dos EUA questiona bancos brasileiros sobre aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes

Bancos brasileiros receberam carta do Tesouro Americano questionando a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes; Eduardo Bolsonaro afirma que é preciso "colocar para valer" as sanções em prática

16:48 | Set. 03, 2025

Por: Lorena Frota/Especial para O POVO
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) (foto: Fellipe Sampaio/STF)

Uma notificação enviada aos bancos brasileiros pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac), do Tesouro Nacional norte-americano, questiona a aplicação das sanções direcionadas ao ministro Alexandre de Moraes pela Lei Magnitsky. O comunicado foi enviado no primeiro dia de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na terça-feira, 2.

O comunicado do Departamento do Tesouro serve como monitoramento das sanções e caso o governo julgue necessário, multas e sanções secundárias podem ser aplicadas. Além da possibilidade de punição da instituição e responsáveis pelas empresas, devido a obrigatoriedade dos bancos de cumprir com a medida.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) foi alvo da lei em julho, tornando-se sancionado pela Ofac. A medida implica no congelamento dos bens de Moraes nos Estados Unidos e proíbe instituições financeiras de realizarem operações com o sancionado. Cartões de crédito com bandeiras Mastercard e Visa, por exemplo, devem ser bloqueados.

Ao menos um banco bloqueou a conta de Moraes em uma instituição americana. Um cartão de bandeira brasileira (Elo) teria sido oferecido em troca para realizar transações, de acordo com apuração da Folha. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) declarou que “a vida do Alexandre de Moraes não mudou tanto” e que é necessário “colocar para valer” as sanções, em entrevista ao canal do jornalista Claudio Dantas, no Youtube, na última segunda-feira, 1°.

Ainda na entrevista, Eduardo afirma que sinalizou, junto a Paulo Figueiredo, ao secretário do Tesouro americano, Scott Besentt, que as sanções aplicadas ao ministro não tinham resultados efetivos. E acrescentou que a falta de cumprimento das sanções “enfraquece os Estados Unidos e o presidente Trump”.

Em nota à imprensa, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) declarou que não recebeu comunicados das instituições envolvidas sobre a notificação da Ofac. E acrescentou que essas informações são confidenciais e não são dirigidas à Federação.