Maioria dos réus da trama golpista deve acompanhar julgamento remotamente

O julgamento que começa neste terça-feira, dia 2, vai julgar primeira o chamado "núcleo central" da trama golpista, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro, que ainda não informou se irá de forma presencial ao tribunal

17:28 | Set. 01, 2025

Por: Wilnan Custódio
Julgamento da trama golpista iniciará nesta terça-feira, 2 de setembro (foto: Ton Molina/STF)

Com o julgamento marcado para está terça-feira, 2, a maioria dos réus do "núcleo crucial" acusado de planejar uma trama golpista deve acompanhar o julgamento de forma remota, não se dirigindo ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente Jair Bolsonaro ainda não informou como deve procede. Os réus são livres para decidir onde vão assistir ao julgamento, já que não existe nenhuma regra da corte que os obriga a acompanhar.

Consultadas as defesas da maioria dos réus informou que eles devem acompanhar o julgamento pela transmissão da televisão. Apesar disso, o ex-ministro da defesa de Jair Bolsonaro, o cearense e general do exército, Paulo Sérgio Nogueira, deve comparecer presencialmente ao STF para acompanhar seu julgamento.

Por estar em prisão domiciliar, Bolsonaro precisaria solicitar autorização ao ministro Alexandre de Moraes para se deslocar. Bolsonaro está em prisão domiciliar desde o começo de agosto, por descumprir medidas cautelares. Aliados políticos do ex-presidente, e sua defesa divergem sobre qual decisão tomar.

O entorno do ex-presidente considera que sua presença no julgamento seria uma demonstração de força. Em março, quando foi julgado o acolhimento da denúncia, Bolsonaro chegou a acompanhar presencialmente um dos dias de sessão.

O general Braga Netto, que foi vice na chapa de Bolsonaro em 2022, está preso no Rio de Janeiro por tentar atrapalhar as investigações da tentativa de golpe.

Além dos três citados, também deve ser julgados nesta primeira leva, Mauro Cid, tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do esquema; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional. Todos devem acompanhar o julgamento de forma virtual.