Eduardo xinga o pai, Jair Bolsonaro, em mensagens reveladas pela PF: 'VTNC, seu ingrato do c*'
No dia seguinte, deputado pede desculpas ao pai. Nas redes sociais, ele lamentou a exposição da trocas de mensagens com o pai
22:09 | Ago. 20, 2025
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) xingou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por ter sido chamado de imaturo em uma entrevista. A situação foi revelada nesta quarta-feira, 20, no relatório da Polícia Federal que indicou ambos no âmbito da investigação da trama golpista.
"VTNC, SEU INGRATO DO CARALHO!", escreveu Eduardo em letras maiúsculas. A sigla significa uma expressão de baixo calão: vai tomar no c*.
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Bolsonaro chamou o filho de imaturo devido a divergências de Eduardo com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), situação que causou grande incômodo no deputado.
"Eu ia deixar de lado a história do Tarcísio, mas, graças aos elogios que você fez a mim no Poder 360, estou pensando em dar mais uma porrada nele para ver se aprende", diz o deputado antes do uso de palavrões.
Em seguida, Eduardo diz: "Me fudendo aqui! Você ainda te ajuda a se fuder ai. Se o IMATURO do seu filho de 40 anos não puder encontrar com os caras aqui, PORQUE VOCÊ ME JOGA PARA BAIXO, quem vai se fuder é você E VAI DECRETAR O RESTO DA MINHA NESTA PORRA AQUI. TENHA RESPONSABILIDADE", finaliza.
Por fim, o filho manda nova mensagem ao pai citando o ex-presidente Michel Temer (MDB). "Quero que vc olhe para mim e enxergue o Temer, vc falaria isso do Temer?"
Conforme a PF, no dia seguinte, Eduardo pede desculpas a Bolsonaro pelas falas, alegando que "estava puto na hora". Depois, o deputado encaminha a foto de uma publicação em que minimiza o conflito entre ele e Tarcisio. "Peguei pesado", complementa.
O que Bolsonaro disse de Eduardo?
Na entrevista, concedida ao portal Poder360 em 15 de julho, o ex-presidente diz que as divergências entre o filho e Tarcísio estavam superadas.
"Ele, apesar de ter feito 40 anos de idade agora, né... Não é tão maduro assim, vamos assim dizer, talhado para a política... Tá bem. Ele acerta 90% das vezes, 9% quando meio e 1% está errando", afirmou.
Eduardo se manifesta
Após a divulgação das mensagens, Eduardo emitiu nota de esclarecimento nas redes sociais. Ele conta que a atuação nos Estados Unidos "jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no Brasil".
Sobre as mensagens, escreve: "É lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados. O objetivo é evidente: não se trata de justiça, mas de provocar desgaste político".
"Se o meu 'crime' for lutar contra a ditadura brasileira, declaro-me culpado de antemão", finaliza Eduardo.
Leia na íntegra nota de Eduardo Bolsonaro
"Tomei conhecimento, pela imprensa, do relatório divulgado pela Polícia Federal e considero importante esclarecer alguns pontos:
1. Minha atuação nos Estados Unidos jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no Brasil. Sempre deixei claro que meu pleito é pelo restabelecimento das liberdades individuais no país, por meio da via legislativa, com foco no projeto de anistia que tramita no Congresso Nacional.
2. Causa espanto que a Polícia Federal (PF) aponte supostos partícipes de um crime absolutamente delirante, mas não identifique os autores. Se a tese da PF é de que haveria intenção de influenciar políticas de governo, o poder de decisão não estava em minhas mãos, mas sim em autoridades americanas, como o presidente Donald Trump, o Secretário Marco Rubio ou o Secretário do Tesouro Scott Bessent. Por que, então, a PF não os incluiu como autores? Omissão? Falta de coragem?
3. Vivo sob a jurisdição americana e, portanto, plenamente amparado pela Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que assegura não apenas a liberdade de expressão, mas também o direito de peticionar nossas demandas ao governo que rege a nossa jurisdição.
4. É lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados. O objetivo é evidente: não se trata de justiça, mas de provocar desgaste político.
5. Se o meu “crime” for lutar contra a ditadura brasileira, declaro-me culpado de antemão".