Câmara de Eusébio aprova projeto que cria 'Salas Google' nas escolas

Proposta busca modernizar o ensino com tecnologia. Oposição questiona falta de estrutura nas escolas para implementação da medida

15:00 | Ago. 05, 2025

Por: Bianca Mota
Estudante da rede pública de Eusébio deve receber reforço no ensino com uso de tecnologia digital (foto: Daniel Galber - Especial para O Povo)

A sessão da Câmara Municipal de Eusébio (CME), realizada nesta terça-feira, 5, marcou o fim do recesso parlamentar e aprovou um projeto que cria o Programa Municipal de Aprimoramento Tecnológico na Educação Básica, denominado “Salas de Educação Google”.

O projeto — que agora aguarda sanção do prefeito de Eusébio, Dr. Júnior (PRD) — foi aprovado por unanimidade. Todos os vereadores estavam presentes.

A iniciativa tem como objetivo promover a transformação digital no ensino público e capacitar alunos e professores para o uso de tecnologias educacionais.

O programa apresenta as seguintes finalidades:

  1. Modernizar práticas pedagógicas e recursos educacionais;
  2. Estimular o uso consciente e crítico da tecnologia;
  3. Ampliar a colaboração, o pensamento crítico e a criatividade por meio de ferramentas digitais;
  4. Democratizar o acesso a tecnologias educacionais de ponta.


Segundo a autora da proposta, vereadora Cira Targino (PRD), a implantação do programa será feita de forma gradual e escalonada. As escolas deverão garantir infraestrutura mínima para o funcionamento da iniciativa, incluindo acesso à internet de banda larga e dispositivos compatíveis.

“O objetivo dessa indicação é aprimorar o ensino público, trazer tecnologia para dentro das escolas, aproveitando a recente Lei de Inovação aprovada nesta Casa e também a aquisição dos tablets que foram entregues aos alunos com o apoio do nosso secretário de Educação”, afirmou a vereadora.

Ela também citou a chamada “colônia digital” divulgada pelo ex-prefeito e atual secretário de Educação de Eusébio, Acilon Gonçalves.

“Assim, iremos modernizar as escolas, dando oportunidade aos nossos alunos de acessar o conhecimento por meio da tecnologia, aprimorando suas ideias com os tablets e com as Salas Google — um recurso importante para os profissionais da educação e para os estudantes”, completou Cira.

O que diz a oposição?

A proposta foi aprovada pela oposição, mas acompanhada de críticas.

Ao O POVO, o vereador Gabriel França (União), único oposicionista na CME, declarou apoiar a iniciativa, mas demonstrou ceticismo no que tange a viabilidade.

“A proposta é boa. Tem viabilidade, desde que saia do papel. Mas hoje, a gente observa que as salas de aula não têm estrutura para receber esse tipo de equipamento. Quase 80% das escolas não têm estrutura física para isso”, afirmou Gabriel.

“Como é que eu vou levar um equipamento desse? Como é que vou fazer uma parceria com uma empresa como o Google? É uma realidade ainda muito distante. Recurso tem. Desde que haja boa vontade para fazer acontecer”, completou.

O POVO procurou vereadores da base aliada que pudessem comentar o projeto, mas nenhum deles aceitou conceder entrevista. O projeto foi aprovado junto com outra proposta de inserção tecnológica aos agentes comunitários de saúde e agentes de combate à endemias. 

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