Alckmin é o mais cotado para a vice e deve repetir chapa com Lula em 2026

Apesar da presença significativa de partidos do Centrão em pastas do governo, a gestão já discute a não inclusão desses partidos na campanha nacional do ano que vem

11:35 | Jul. 29, 2025

Por: Wilnan Custódio
Presidente Lula e vice-presidente Geraldo Alckmin no Palácio do Planalto (foto: EVARISTO SA / AFP)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve repetir com Geraldo Alckmin (PSB), na eleição do ano que vem, a chapa eleita em 2022. O governo já trabalha com o cenário mais provável de não contar com partidos do Centrão na campanha eleitoral, o que carimbaria o atual vice-presidente como favorito para continuar no posto e repetir a chapa em 2026.  

Apesar da presença significativa do Centrão em pastas do governo, Lula já descarta formalmente incluir partidos do segmento na base nacional de campanha. A estratégia parte de focar em alianças com partidos de centro-esquerda e setores isolados de outras legendas, o que vai na linha das campanhas do PT nas redes com ataques ao Centrão após a disputa em torno do aumento do IOF.

A decisão foi conversada durante um almoço no Palácio da Alvorada, em 23 de julho, com a participação de Alckmin, do prefeito João Campos (PSB) e dos ministros Márcio França (Empreendedorismo) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais). O objetivo era definir as estratégias eleitorais e estaduais prioritárias. Interlocutores do PSB já manifestam alinhamento com a ideia de Alckmin permanecer na vice. A informação é da jornalista Vera Rosa, do Estadão.

Leia também: Edinho prioriza reeleição de Lula e critica emendas: 'Presidencialismo descaracterizado'

Alckmin tem ganhado protagonismo dentro do governo, particularmente ao liderar o comitê interministerial que busca soluções para mitigar o impacto do tarifaço americano de 50% sobre produtos brasileiros, previsto para iniciar em 1º de agosto. Essa atuação reforçou sua posição política como ponte entre setores do empresariado e o Planalto.

A articulação inclui a preparação de palanques estaduais em estados-chave como São Paulo, Pernambuco, Maranhão e Paraíba. Em Pernambuco, o PT já definiu o apoio à candidatura de João Campos ao governo.

Em São Paulo, onde o PT ainda não tem um nome definido, o partido avalia apoiar o ex-ministro Márcio França (PSB), que deve deixar o governo federal em abril para disputar o Bandeirantes. A definição ainda está em discussão. Embora Alckmin tenha sido cotado para disputas em São Paulo — como governo ou senador —, a prioridade da base de Lula seria mantê-lo na vice-presidência. Apenas uma necessidade tática excepcional alteraria os rumos da estratégia.

Com a provável composição Lula e Alckmin, sem alianças eleitorais com o Centrão, o projeto de 2026 busca consolidar uma base política mais alinhada com a linha da centro-esquerda e reduzir dependência de grupos fisiológicos nacionalmente dispersos.