Entre PDT e PSB, Mauro Filho avalia futuro político e não descarta disputar Senado

Deputado diz ter sido sondado para 2026 e destaca que maioria dos colegas analisará viabilidade eleitoral na janela partidária, além de afinidades ideológicas

11:32 | Jun. 24, 2025

Por: Marcelo Bloc
DEPUTADO Federal Mauro Benevides Filho visitou O POVO (foto: Daniel Galber / Especial para O Povo)

O deputado federal Mauro Filho (PDT) comentou a aproximação do partido com o governo Elmano, admitiu a possibilidade de disputar o Senado em 2026 e comentou sobre as movimentações do colega Ciro Gomes (PDT).

Mauro comentou a sinalização, por parte do presidente do partido (deputado federal André Figueiredo), de que o PDT deverá integrar a base do governo Elmano (PT), mesmo tendo deputados estaduais hoje na oposição.

"Fechamento com o governo está encaminhado, houve uma conversa e tudo mais, e ficaram de de ver qual a viabilidade, qual o melhor caminho, tudo mais, tá? Até porque o André (Figueiredo) não disse ainda para gente, como é que foi a conversa. Não posso então dar detalhes", afirmou ao O POVO.

"Espero que amanhã, na nossa reunião, isso possa ser externado sobre nossa posição", completou, fazendo relação à reunião semanal da bancada federal do PDT, às terças-feiras.

Em nível pessoal, Mauro admitiu a proximidade que tem com o Governo do Estado. "Como eu participei, por muitos anos, como secretário do Estado, eu tenho uma proximidade maior com o Governo do Estado. A gente fica de olho, obviamente, nos níveis de endividamento do Estado, na capacidade de investimento... Eu não tenho nenhum cargo ou indicação no governo, mas sempre procurando manter esse bom relacionamento no Estado", disse em entrevista ao programa O Povo no Rádio, na rádio O POVO CBN.

Pré-candidato ao Senado?

O deputado falou ainda sobre o próprio futuro, sem deixar claro se permanecerá no PDT ou seguirá para o PSB, como o senador Cid Gomes e vários deputados antes pedetistas.

Explicando conversará com todos os envolvidos, Mauro disse que avalia o momento, a viabilidade de cada decisão, externando inclusive ter o próprio nome sondado como mais um pré-candidato a concorrer ao Senado em 2026.

"Veja, a minha base hoje toda é PSB. Eu é que estou aqui, nessa (no PDT). Tenho conversado muito com o Cid (Gomes) também, não é? Tenho conversado muito com ele, até porque algumas pessoas (cogitam) a possibilidade de uma candidatura a senador. Então, estou ouvindo ainda algumas algumas pessoas aqui no Estado sobre isso, saber que viabilidade é essa", informou, admitindo já haver uma lista grande de possíveis pré-candidatos pela base governista.

"Há um leque de opções, não é? Você tem aí o (José) Guimarães, Eunício (Oliveira), Júnior Mano... Então, vamos ver como é que isso reage e, em se tendo alguma reação positiva, dá para ver qual é o melhor caminho político, não é? Obviamente, combinando com todo mundo", acrescentou.

Em 2014, Mauro Filho concorreu ao Senado pelo Pros,  sigla que abrigava a época os Ferreira Gomes e aliados. Com uma vaga em disputa, acabou terminando em segundo, obtendo 39,37% dos votos, superado pelo ex-governador Tasso Jereissati (PSDB), com 57,91%.

Viabilidade ou ideologia?

Para Mauro, até a abertura da janela partidária, os parlamentares vão avaliando se vale mais ficar na base do governo ou não. A viabilidade eleitoral de cada decisão pode pesar mais do que eventuais questões ideológicas.

"Bom, primeiro que a mudança de partido só pode ser feita na janela partidária, só vai poder ser feito entre março e abril do ano que vem, seis meses antes do processo eleitoral. Esse é o primeiro ponto. Então, até lá o pessoal vai analisar qual é o melhor caminho, se o que se agrega está junto ao governo, não é? A grande maioria hoje interpreta que essa essa agregação possa ser positiva, até para preservar alguns mandatos. O pessoal, na eleição, vai pensar qual é a melhor maneira. Além da questão ideológica, eles vão pensar também qual é a maneira de se reelegerem, o que é que é mais viável", explicou.

Avaliação do governo Lula importa

O deputado falou que quaisquer decisões estratégicas de partidos e filiados levarão em consideração uma série de fatores, como a avaliação que a população faz do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Há muita coisa até lá. Isso afeta, positivamente ou negativamente, o tamanho do desempenho que ele (Lula) vai ter lá em junho, em abril, maio de para o ano. Esse é outro ponto determinante também para ver como é que isso é colocado.

O futuro de Ciro

Aliado histórico do ex-governador Ciro Gomes (PDT), Mauro afirma não ter recebido nenhuma manifestação do amigo sobre o futuro partidário que tomará, ou mesmo sobre qualquer possibilidade de concorrer a algo em 2026.

Segundo o deputado, a votação abaixo do esperado no Ceará nas últimas eleições presidenciais mexeram com o ex-governador.

"Isso o deixou muito magoado com o resultado obtido no Estado do Ceará. Acredito que ele está analisando se a população ainda o vê com uma liderança. Como ele é muito pé-no-chão, deve estar analisando bem tudo isso", opinou.

Por fim, Mauro disse não ter ficado sabendo de nenhuma manifestação direta de Ciro para concorrer ao Governo do Estado no ano que vem. "Pelo contrário, ele tem dito que prefere fica trabalhando na política, fala até na candidatura do Roberto (Claudio)", lembrou.

Confira a entrevista de Mauro Filho à rádio O POVO CBN