Eleições 2024: violência política atingiu recorde no Brasil, com CE entre os mais violentos

Eleições 2024: Violência política atingiu recorde histórico no Brasil, CE entre os estados mais violentos

A campanha para as eleições municipais de 2024 registrou o maior número de casos de violência política na última década, conforme aponta um estudo divulgado no último dia 16 de dezembro, pelas organizações Justiça Global e Terra de Direitos.

Entre novembro de 2022 e outubro de 2024, foram contabilizados 714 casos de violência direcionados a pessoas que se candidataram, um aumento expressivo em comparação com os anos anteriores da série histórica iniciada em 2016. A impunidade é apontada como um dos principais motivos para o avanço dessa tendência.

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Sudeste e Nordeste

No período, o Nordeste e o Sudeste somam 66,66% dos casos de violência política e eleitoral, ambos com 238 casos. A situação pode ser atribuída à maior concentração populacional, além dos arranjos e do contexto político característicos dessas áreas, que resultam em competição política intensa e, consequentemente, em aumento nos conflitos.

Ceará entre os mais violentos

Quando analisamos os números brutos, o Ceará está entre os estados que mais apresentaram casos de violência política no período do estudo, compreendido de 10 de novembro de 2022 a 27 de outubro de 2024.

Durante esse tempo, o estudo aponta 35 casos no Estado, sendo 2 assassinatos, 8 atentados, 11 ameaças, 6 agressões, 8 ofensas. Em números, o Ceará ocupa a quinta colocação entre os estados da federação, empatado com Pernambuco.

Números de violência registrados por Estado

  • SP: 108 casos
  • RJ: 59 casos
  • BA: 57 casos
  • MG: 49 casos
  • CE e PE: 35 casos

Acima da média

Se formos analisar pelo tamanho da população de cada estado, o Ceará ocupa uma posição acima do esperado. Isto porque os quatro estados que lideram em número de casos são também os quatro estados mais populosos do país, mudando apenas a ordem em que aparecem - em população, a ordem decrescente é São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.

Ceará e Pernambuco, empatados em quinto no ranking, ocupam respectivamente apenas a oitava e sétima posição dentre os estados mais populosos da federação.

Tipos de violências

Os tipos de violências políticas mais comuns são ameaças, predominando no Sudeste e no Nordeste, frequentemente incluindo ameaças de morte, que criam um ambiente de medo e intimidação. Os atentados também são significativos, particularmente nas duas regiões, evidenciando a escalada da violência física nas disputas políticas. As ofensas e formas menos frequentes, como criminalização e invasão, indicam a diversidade dos tipos de violência, mas em menor escala.

O estudo

A partir de notícias extraídas de veículos de comunicação, a pesquisa mapeou 714 casos ilustrativos de violência política desde 10 de novembro de 2022 a 27 de outubro de 2024, data em que ocorreu o segundo turno das eleições municipais no Brasil.

Foram registrados 182 assassinatos e atentados contra os agentes políticos, 311 ameaças, 86 agressões e 95 ofensas, além de casos de invasão e criminalização. Um número considerável de casos está concentrado em 2022, que antes mesmo do início do período eleitoral registrou mais casos do que o ano de 2021 inteiro.

Acirramento no período eleitoral

Segundo o estudo, nota-se crescimento expressivo no número de casos nos meses de campanha – agosto, setembro e outubro. Em setembro de 2024, o número de casos noticiados alcançou seu ponto mais alto, seguido por uma redução em outubro.

O padrão endossa a percepção de que o período de campanha eleitoral está diretamente relacionado ao aumento dos casos de violência política, sugerindo que o acirramento das disputas políticas amplifica os conflitos e tensões.

O período mais intenso de violência política aconteceu em setembro de 2024, o mês imediatamente anterior à eleição, com 212 casos monitorados – 78 dele contra mulheres. Isso significa que houve, em média, cerca de sete casos de violência política registrados por dia.

 

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