Justiça do Peru localiza cearense e outros três fugitivos condenados pelos ataques de 8/1

Nas redes sociais, Romário Garcia Rodrigues se orgulha de ter sido, segundo ele, o "primeiro gay nordestino a tomar café da manhã" com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

A Justiça do Peru localizou quatro brasileiros que fugiram da Justiça após serem investigados e condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro. A comunicação do governo peruano foi feita no último dia 5 de dezembro ao órgão internacional do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são do portal G1.

Os fugitivos localizados no território peruano são: Antonio Alves Pinheiro Junior, réu e morador da cidade de São Paulo; Edilaine da Silva Santos, ré e moradora de Birigui (SP); Romario Garcia Rodrigues, cearense condenado a 2 anos e 5 meses de prisão por associação armada e incitação a animosidade das Forças Armadas e Rosana Maciel Gomes, goianiense condenada a 13 anos e seis meses de prisão por golpe de Estado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.

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O Estadão procurou o STF, a Embaixada do Peru em Brasília e a defesa dos fugitivos, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Os quatro fugitivos estão entre a lista dos 61 brasileiros que fugiram para a Argentina. A suspeita é que, após a descoberta do paradeiro e a iniciativa do país vizinho em repatriá-los, eles tenham partido para outras nações da América do Sul. Três estariam vindo do Chile e outro pela Bolívia.

Com a comunicação feita ao STF, a Corte poderá determinar a extradição deles para o Brasil. Para isso, é necessário empreender tratativas diplomáticas com o governo peruano.

Em maio do ano passado, o Estadão mostrou que fugitivos do 8 de Janeiro haviam quebrado tornozeleiras eletrônicas e fugido para a Argentina e o Uruguai. O governo brasileiro pediu a inclusão dos foragidos na lista da Interpol e a Polícia Federal (PF) empreendeu operações para recapturá-los.

No mês passado, o governo argentino prendeu três foragidos que estavam no território do país. Foram eles: Wellington Luiz Firmino, condenado a 17 anos de prisão; Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, condenado a 12 anos e seis meses de prisão e Joelton Gusmão de Oliveira, condenado a 17 anos de prisão.

Quem é o cearense foragido

O cearense Romário Garcia Rodrigues, de 34 anos, é um dos investigados e condenados pelos ataques aos Três Poderes de 8 de janeiro que fugiram da Argentina, passaram pelo Chile, Peru e Colômbia nos últimos dias. O grupo estava foragido na Argentina antes de migrar para os outros países e a rota tem como destino os Estados Unidos. Nas redes sociais, Romário se orgulha de ter sido, segundo ele, o “primeiro gay nordestino a tomar café da manhã" com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Mais de 30 foragidos deixaram a Argentina, após o Supremo Tribunal Federal (STF) pedir a extradição dos brasileiros. Antes, eles haviam sido presos pelos crimes cometidos no 8/1, segundo fontes relataram à reportagem do Uol.

De acordo com o STF, Romário Garcia Rodrigues foi um dos mais de 1.400 presos em flagrante por envolvimento nos ataques de 8 de janeiro.

Ele integra parte do grupo de fugitivos que deixou a Argentina, percorreu o Peru e já alcançou a Colômbia. O cearense saiu da capital da Argentina, Buenos Aires, entre os dias 17 e 18 de novembro, em fuga para o Chile.

O militante bolsonarista de Fortaleza é acusado dos crimes de “atos terroristas, inclusive preparatórios”, “associação criminosa”, “abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, “golpe de Estado”, “ameaça”, “perseguição” e “incitação ao crime”.

Em 2023, Romário ficou preso por cerca de dois meses, até ser solto a mando do ministro do STF Alexandre de Moraes.

No Brasil, ele quebrou a tornozeleira e fugiu para a Argentina em novembro deste ano com um grupo de militantes bolsonaristas. Eles seguiram pelo deserto do Atacama, no Chile, e chegaram a Santa Rosa, no Peru, no dia 19 de novembro.

"Estão atrás de um simples cearense"

Romário Garcia Rodrigue também foi rastreado na Colômbia, após ter fugido para a Argentina e ter o paradeiro investigado por autoridades no Peru e Chile.

De acordo com informações do jornal El Tiempo, da Colômbia, Romário esteve no país até, pelo menos, a última terça-feira, 3 de dezembro. Em suas redes sociais, ele disse estar sendo perseguido porque realizou o sonho de ter tomado café com o então presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL).

"Eu acho engraçado que no Brasil tem tanto marginal sendo procurado e eles não vão atrás. Só estão vindo atrás de um simples cearense que um dia sonhou tomar café com o presidente do Brasil. E se tornou realidade e hoje eles me perseguem. Só avisando pra vocês que nem nos prédios do 8 de janeiro eu entrei", disse Romário.

Na dia 3 de dezembro, enquanto estava na Colômbia, Romário disse em suas redes sociais que queria retornar ao Brasil e se entregar à polícia, mas apagou as publicações em seguida, informa a apuração do Uol.

Essa rota de fuga se baseia na saída de um dos investigados do 8 de janeiro. Ele, que estava com tornozeleira, saiu do Brasil para o México com o pai em setembro. Depois, eles entraram ilegalmente nos Estados Unidos, pelo serviço de coiote que pagaram.

Para realizar o mesmo feito de chegar aos EUA, a partir da Colômbia, Romário precisará passar por uma região de floresta densa do Panamá. Isso o obrigaria a se arriscar de barco ou pegar um avião. Mas ao passar pelo controle migratório, deveria estar com o passaporte em dia.

 

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