Carros-pipa voltam a atender 1,2 milhão no Nordeste após governo liberar recursos
Governo Federal anunciou a descentralização de R$ 38 milhões para programa retornar "imediatamente"
O Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) anunciou nesta terça-feira, 27, a descentralização de R$ 38 milhões para o Exército Brasileiro realizar os pagamentos da Operação Carro-Pipa, responsável por levar água potável a municípios do semiárido nordestino. O programa teve a paralisação anunciada na sexta-feira, 22. Conforme a pasta, o abastecimento “poderá ser retomado imediatamente”.
A informação da paralisação foi repassada por comandos regionais do Exército, responsável por executar a ação, aos pipeiros por meio de mensagens no WhatsApp. Em nota, o Escritório Nacional da Operação Carro-Pipa do Comando Militar do Nordeste informou que a operação "interrompeu a distribuição de água no dia 25 de novembro em quase todo o semiárido, haja vista a falta de descentralização de recursos pelo governo federal."
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Operação Carro-Pipa
Criada em setembro de 2012, no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), a Operação Carro-Pipa atende atualmente 344 municípios na região do semiárido nordestino em situação de emergência ou calamidade pública com reconhecimento da Defesa Civil Nacional.
A ação é coordenada pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional e executada pelo Exército Brasileiro com o objetivo de garantir o acesso à água potável em municípios que sofrem com a escassez hídrica.
Segundo dados divulgados pelo MIDR, de 2023 a 2024, mais de 500 municípios foram atendidos. Atualmente, a operação abastece cerca de 34 mil cisternas coletivas, proporcionando acesso à água potável mensalmente para mais de 1,5 milhão de pessoas.
Também na nota divulgada nesta terça-feira, a pasta informa que “de janeiro a agosto deste ano, o Governo Federal investiu aproximadamente R$ 500 milhões para garantir a execução da OCP”.
Paralisações em fim de ano
Não é a primeira vez que o programa sofre paralisação no fim do ano. Em novembro de 2022, o governo Bolsonaro suspendeu a entrega de água, deixando 400 mil pessoas sem água.
Após críticas, houve uma complementação da verba, mas que durou apenas até a segunda semana do mês seguinte. No início de dezembro, a operação foi cortada em definitivo e só retornou em 2023, já no governo Lula.