Bolsonaro não descarta refúgio em embaixada, caso seja condenado
O ex-presidente da República admite chance de ser preso e se diz vítima de perseguição da "arbitrariedade" do STFIndiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não descarta refúgio em embaixada caso seja condenado pelos crimes acusados no fim do processo penal e se diz vítima de perseguição.
O ex-presidente é acusado, junto de outros 36 nomes, que incluem ex-militares, ex-ministros e até um padre, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa.
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“Embaixada, pelo que eu vejo na história do mundo, quem se vê perseguido, pode ir para lá. Se eu devesse alguma coisa, estaria nos Estados Unidos, não teria voltado”, disse Bolsonaro em entrevista ao Uol, nessa quarta-feira, 27.
O plano de golpe apurado pela PF resultou em um inquérito com mais de 800 páginas. O levantamento aponta que uma articulação, batizada de “Punhal Verde e Amarelo”, previa a execução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Sobre a possibilidade de ser preso, Bolsonaro afirma que “corre o risco”, mas “sem dever nada”. Em meio às investigações da trama golpista realizada de 2022 e que gerou o seu mais recente indiciamento, o ex-presidente alega que “é um réu sem crime”, além de sofrer com as “arbitrariedades do STF”.
Na entrevista, o político reafirma os planos para concorrer à presidência no próximo pleito eleitoral, em 2026.
Bolsonaro teve conversa sobre estado de sítio
Os supostos crimes foram cometidos após o resultado das eleições de 2022, entre novembro e dezembro do mesmo ano. Bolsonaro admite que estudou uma interferência e que estudou a implantação de um estado de sítio.
“Esqueça a legislação eleitoral. Tem alguma maneira de, na Constituição, voltar a discutir o processo eleitoral? Tem ou não tem? Teria, supostamente, nesses artigos que falam de sítio e defesa”, disse.
Mas, ainda conforme o ex-presidente, “isso foi conversado com várias pessoas”, mas não foi “uma discussão acalorada” e que rapidamente esqueceram porque o certo seria “peticionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”.