Dallagnol faz manifestação com trio elétrico e sem público contra a cassação do mandato
Ex-procurador da Lava Jato teve o mandato cassado
17:07 | Mai. 19, 2023
O ex-procurador da República, Deltan Dallagnol (Podemos- PR), realizou na tarde desta sexta-feira, 12, uma passeata em contra a cassação de seu mandato, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última terça-feira, 16. Ninguém compareceu ao ato, que ocorreu no Paraná.
"Na última terça-feira o Brasil não dormiu, o paranaense ficou sem chão, 345 mil votos jogados no lixo e quem jogou no lixo foram os criminosos que estão roubando o Brasil, quem jogou no lixo são aqueles que estão querendo nos calar, quem jogou no lixo o teu voto que está ouvindo agora é aquele que quer colocar uma mordaça na sua boca e dizer que o poder não emana do povo", manifesta um político em cima do carro.
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Deltan Dallagnol (Podemos- PR) realizou nesta sexta-feira, 12, uma passeata em contra a cassação de seu mandato, determinada pelo TSE na última terça-feira, 16. Ninguém compareceu ao ato que ocorreu no Paraná.
Vídeo: Reprodução pic.twitter.com/eYFB9L7HBC
Em vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver Deltan e outras pessoas em cima do trio elétrico, no qual foram colados cartazes com os nomes dos apoiadores do ex-procurador e placas com a frase "Todos com Deltan".
Na manhã desta sexta-feira, 12, o deputado anunciou nas redes sociais que estaria a caminho de Curitiba pela primeira vez desde os últimos acontecimentos e aproveitou a publicação para agradecer às mensagens de carinho dos apoiadores.
"Não me ofendem aqueles que riem e comemoram minha cassação, mas me honram aqueles que me abraçam com propósitos, sonhos, valores e na luta por um Brasil mais justo. Ao longo dos últimos dias, recebi e vivenciei a maior motivação para fortalecer minha luta: a dor e a fé do povo brasileiro", escreveu Deltan.
O ex-procurador da República, que foi responsável por coordenar a força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba, teve o mandato cassado porque a candidatura foi considerada irregular. O TSE entendeu que foi enquadrada em critérios de inelegibilidade descritos no artigo 1º, inciso I, alíneas “g” e “q”, da Lei nº 64/90, de Inelegibilidade.
O pedido de inelegibilidade de Dallagnol tem entre os autores o Partido da Mobilização Nacional (PMN), pois, segundo o PMN, Dallagnol pediu exoneração "muito antes do momento exigido pela legislação eleitoral” para impedir que os processos administrativos avançassem no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)".
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) havia rejeitado o pedido de cassação. O Ministério Público Eleitoral seguiu o mesmo caminho e considerou a candidatura de deputado como regular.
Contudo, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Benedito Gonçalves, relator dos processos, afirmou que a intenção de burlar a Lei da Ficha Limpa foi “cristalina” e “capciosa”. Os demais magistrados da Corte concordaram com ele.
“Referida manobra, como se verá, impediu que os 15 procedimentos administrativos em trâmite em CNMP, em seu desfavor, viessem a gerar processos administrativos disciplinares que poderiam ensejar a pena de aposentadoria compulsória ou perda do cargo", declarou.
Uma das justificativas mencionadas no voto é que Deltan já havia recebido punição por meio de censura e advertência ao pedir exoneração do cargo e que essas sanções seriam caracterizadas como “maus antecedentes” em outros procedimentos administrativos, haja vista que, na prática, isso aumentaria a probabilidade de demissão.