A pedido de Lula, Alckmin negocia participação de Maduro na cerimônia de posse com Itamaraty
Portaria do Governo de Jair Bolsonaro (PL) afirma que o ingresso de altos funcionários do regime venezuelano contraria a Constituição.
18:42 | Dez. 13, 2022
O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) negociará com o Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores, para conseguir uma autorização especial que permita a participação do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ocorrerá no dia 1° de janeiro de 2023.
Alckmin foi encarregado por Lula para esta tarefa na última sexta-feira, 9, após a nomeação dos cinco primeiros ministros do governo. Eles fizeram o pedido de uma liberação especial da entrada de Maduro no país justificando que Maduro é chefe de Estado e de governo da Venezuela e que o país faz fronteira com o Brasil.
O Brasil não reconheceu o resultado das eleições venezuelanas em 2018, apontando que houve fraude na reeleição de Maduro. Uma portaria do governo de Jair Bolsonaro (PL), em 2019, afirma que o ingresso de altos funcionários do regime venezuelano contraria a Constituição. Mesmo com a portaria de Bolsonaro ainda vigente, a equipe de Lula tenta negociar a participação do presidente venezuelano.
Além disso, o governo brasileiro fechou a Embaixada do Brasil em Caracas, capital da Venezuela, e não reconhece a representação diplomática oficial do país. O Brasil não tem embaixador na Venezuela desde o final de 2017.
Segundo Janja, esposa de Lula e coordenadora do núcleo de transição que organiza a posse, 12 países já confirmaram presença no evento: Alemanha, Angola, Argentina, Bolívia, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guiné Bissau, Portugal e Timor-Leste, além do rei da Espanha.
Lula defendeu que a Venezuela “seja a mais democrática possível” e afirmou ser favorável à “alternância de poder não apenas para mim, mas para todos os países” durante a campanha eleitoral. Lula chegou a discutir uma solução para a crise da Venezuela com o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, na semana passada.
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