Para Mario Sergio Cortella, reeleição de Bolsonaro é risco democrático
Segundo o filósofo, os "tiozões do pavê" assumiram protagonismo no Brasil reunidos em torno da figura do atual presidente
13:00 | Fev. 16, 2022
O filósofo Mario Sergio Cortella disse que a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) aumentaria o risco à democracia brasileira. "Quando nós temos pessoas que não declaram na sua trajetória simpatia pela democracia, o risco fica mais evidente. Não é só a reeleição de quem está no poder hoje, mas qualquer outro grupo que assumir o poder e não tiver compromisso histórico com a democracia", disse durante entrevista ao UOL nesta terça-feira, 15.
O professor, no entanto, ressalta que o Estado Democrático de Direito já tem como característica a instabilidade.
Cortella disse ainda que os "tiozões do pavê" assumiram protagonismo no Brasil reunidos em torno da figura do atual presidente: "A gente não tinha quem juntasse o tiozão do pavê. Ele estava ali, ninguém prestava atenção nele porque o achava engraçado."
Durante a entrevista, Mario Sergio Cortella também avaliou as consequências da pandemia da covid-19 na educação brasileira.
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"Não esqueçamos que estamos lidando com a possibilidade perigosa de fazer com que novas figuras sofram sem uma estrutura de capacidade crítica, autonomia de pensamento. É algo que chega perto do desastre, que, em menos de uma década, não vamos conseguir lidar com isso de forma exitosa."
Pesquisa Datafolha publicada na última segunda mostra que boa parte dos estudantes precisará de reforço no retorno presencial às aulas. O percentual é ainda mais alto entre crianças em fase de alfabetização: 76% delas apresentam necessidade de algum apoio para complementar o aprendizado, segundo pais e responsáveis ouvidos pela pesquisa.
A necessidade de reforço também é apontada pelos pais em disciplinas como matemática (71%), língua portuguesa (70%), ciências (62%) e história (60%). Programas de apoio e recuperação nas escolas são vistos como prioridade para 28% dos responsáveis ouvidos pela pesquisa, embora menos da metade dos estudantes em escolas que reabriram esteja recebendo aulas de reforço (43%) ou apoio psicológico (35%).