Após ataques, Barra Torres diz que permanece aberto ao diálogo com Bolsonaro
O chefe do Executivo e o presidente da Anvisa entraram em rota de colisão por conta da vacinação para o público infantil
16:06 | Jan. 13, 2022
O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, afirmou, nesta quinta-feira, 13, acreditar na superação do seu "conflito" com o presidente Jair Bolsonaro (PL), após os ataques públicos feitos contra ela pelo mandatário. Durante entrevista a Andréia Sadi, exibida hoje pela GloboNews, ele disse esperar, pelo menos, que o caso não interfira na relação de gestor entre ambos.
"Eu não acredito em ponto sem retorno em nenhuma relação interpessoal. Vamos usar um clichê, um jargão: 'Enquanto há vida, há esperança'. Nós temos uma trajetória de vida, cada um pode rever seus conceitos, contatos, reafirmar. Agora é importante frisar que não é necessário que os gestores nutram um pelo outro algum tipo de relação de amizade", disse Torres.
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Ao encerrar o assunto, o diretor-presidente disse que, a depender dele, o canal para o diálogo com o chefe do Executivo Federal está aberto: "Peço a Deus que ele (Bolsonaro) tenha a visão de que pode conversar, sim, porque nós precisamos nessa luta. A Anvisa é a autoridade máxima brasileira nesse cenário. Anseio pelo momento em que o presidente reveja o conceito que ele emitiu".
O chefe do Executivo e o presidente da Anvisa entraram em rota de colisão por conta da vacinação para o público pediátrico. O órgão regulador liberou a imunização infantil após parecer de técnicos especialistas e embasamento de sociedades médicas.
Nesta quarta-feira, 12, Bolsonaro cobrou da agência "um antídoto" para o que chamou de "possíveis efeitos colaterais" da vacina contra covid-19 em crianças entre 5 e 11 anos de idade. Na semana passada, o presidente questionou "o que está por trás" da decisão da Anvisa ao autorizar a vacinação de crianças.