PGR vai investigar troca no comando da Polícia Federal no Rio de Janeiro

Análise será feita no inquérito já existente aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que apura acusações do ex-ministro Sergio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro teria tentado promover interferência política na PF

16:13 | Mai. 05, 2020

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou que irá investigar os motivos que levaram à troca no comando da Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro. Uma das primeiras decisões tomadas pelo recém-nomeado diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza, foi convidar o então superintendente da entidade no RJ, Carlos Henrique Oliveira, para o cargo de diretor-executivo da corporação. Troca foi confirmada mais cedo pelo presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido).

A mudança será analisada no inquérito já existente aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do ministro Celso de Mello, que apura as acusações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, de que o Bolsonaro estaria tentando promover interferência política na PF. Na última semana, o ex-juiz depôs por mais de oito horas na sede da Polícia Federal em Curitiba.

Bolsonaro deu declarações em frente ao Palácio da Alvorada confirmando a intenção de troca, ainda não oficializada, mas negou tratar-se de interferência na corporação. O presidente exaltou-se com a imprensa e chegou a mandar repórteres "calarem a boca".

"Não tem nenhum parente meu investigado pela Polícia Federal, nem eu nem meus filhos, zero. É uma mentira que a imprensa replica o tempo todo, dizendo que meus filhos querem trocar o superintendente. Para onde está indo o superintendente do Rio? Para ser o diretor-executivo da PF. Eu estou trocando ele? Estou tendo influência sobre a Polícia Federal? Isso é uma patifaria. Cala a boca, não perguntei nada", esbravejou Bolsonaro ao ser questionado por jornalistas se ele havia pedido a troca.