Randolfe diz que Bolsonaro incitou ameaças contra senadores por aprovação do decreto de armas

O decreto das armas de Bolsonaro foi ao Plenário do Senado para análise dos parlamentares nesta terça

08:41 | Jun. 19, 2019

Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)(foto: Moreira Mariz/Agência Senado)>

Durante a sessão deliberativa desta terça-feira, 18, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que Jair Bolsonaro (PSL) "incitou" ameaças aos integrantes da Casa, ao pedir que a população pressionasse os parlamentares por parecer favorável ao decreto de flexibilização do acesso as armas.

Os políticos estariam sofrendo represálias após aprovarem projeto que derruba o decreto do presidente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na última última quarta-feira, 12.

"Caso aprovado, perdem os CACs (Caçador, Atirador, Coleccionador) e os bons cidadãos, que dificilmente terão direito de comprar legalmente suas armas. Cobrem os senadores do seu Estado", publicou Jair Bolsonaro em sua conta do Twitter.

Randolfe diz que após isso os políticos foram colocados em grupo de aplicativos de mensagens e receberam comunicados ofensivos. "Atenção senadores, aprovem o decreto de armas do presidente Jair Bolsonaro e tomem vergonha na cara", dizia um dos avisos publicado em grupo com nome "Bolsonaro 2022", conforme informou o parlamentar.

"Senador Randolfe, nós sabemos por onde o senhor anda, somos da segurança privada, sabemos de suas viagens. O senhor tem segurança, nós queremos arma", dizia outro comunicado lido pelo político.

"Esse é o tipo de mensagem que recebemos. Incitada por quem? pelo presidente da República. Isso é atentar contra a ordem democrática", concluiu Randolfe.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), já havia se pronunciado sobre o caso nas redes sociais. "É, no mínimo, preocupante que o direito e o dever do exercício da atividade parlamentar, legitimado pelo voto do povo, sejam restringidos por meios covardes e, inclusive, de flagrante injustiça e afronta à segurança dos parlamentares", publicou no Twitter.

Um dos citados nas ameaças é o cearense Eduardo Girão (Pode-CE). Além dele e Randolfe, teriam recebido represálias os senadores Fabiano Contarato (Rede-ES) e Veneziano Vital do Rego (PSB-PB), conforme reportagem da Folha de S.Paulo.

O decreto das armas de Bolsonaro foi ao Plenário para análise dos parlamentares nesta terça.

O Senado rejeitou o decreto.