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Operação Catilinárias atinge Cunha, ex-ministros e parlamentares; entenda a ação

Entre os alvos estão o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o deputado Aníbal Gomes, os senadores Fernando Collor de Mello e Fernando Bezerra e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado

12:37 | 15/12/2015
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Atualizada às 15 horas

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 15, a Operação Catilinárias para cumprir 53 mandados de busca e apreensão referentes a sete processos instaurados no âmbito da Operação Lava Jato. Entre os alvos estão o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), os senadores Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e Fernando Bezerra (PSB-PE) e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a ter pedido contra si, feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mas a ação foi negada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.

Não foram registradas prisões no âmbito da Catilinárias. O objetivo é evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados. Os investigados, na medida de suas participações, respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, entre outros, afirmou a PF, em nota.

O nome da operação, segundo a Polícia Federal, faz referência a uma série de quatro discursos célebres do cônsul romano Cícero contra o senador Catilina, acusado de tentar derrubar a República, por volta de 63 a. C..
[FOTO2] Ceará
Em Fortaleza, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências de Sérgio Machado e Aníbal Gomes. Residência de Machado no Rio também foi alvo.

Pouco antes das 8 horas da manhã desta terça-feira, 15, dois carros da Polícia Federal, modelo Pajero, chegaram à casa do ex-presidente da Transpetro (Petrobras Transportes S.A.), no bairro Dunas. Machado saiu da presidência da empresa desde denúncias do ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que relatou aos procuradores da República ter recebido R$ 500 mil de propina do cearense, em razão de a diretoria que ele comandava ter participado da contratação de navios para a subsidiária da Petrobras.

Não houve mandado de busca e apreensão para a casa do deputado Aníbal Gomes em Fortaleza. Os mandados foram cumpridos no gabinete do deputado em Brasília. Ele é acusado em três inquéritos dentro da Lava Jato por suposto recebimento de propina e participação em fraudes na Petrobras. Ele é alvo de três apurações, uma que tem ao todo 39 investigados e outras duas em que ele é investigado juntamente com Renan Calheiros. Aníbal atuaria como articular do presidente do Senado.
[SAIBAMAIS 3]
Eduardo Cunha
O presidente da Câmara é um dos principais alvos da Operação Catilínias. Ele é acusado pela Procuradoria-Geral de corrupção e lavagem de dinheiro nas investigações da Operação Lava Jato. Cunha é suspeito de ter recebido pelo menos US$ 5 milhões por contratos de aluguel de navios-sonda pela Petrobras. O Supremo ainda não decidiu se aceita ou não a denúncia.


Pelo menos 12 policiais e três viaturas foram deslocadas para a casa de Cunha em Brasília, que fica na Península dos Ministros. Entre os itens que foram apreendidos nesta terça está o celular do presidente da Câmara. Também foram cumpridos mandados na residência e no escritório de Cunha no Rio de Janeiro e na Diretoria-Geral da Câmara, em Brasília.

[FOTO3] As buscas na casa do presidente da Câmara terminaram no início da manhã, por volta das 11h20. Durante a ação, um chaveiro foi chamado para abrir um cofre. A assessoria de Cunha informou que o deputado está tranquilo, apesar do momento tenso, e que ele deverá ir à Câmara após o almoço para participar da reunião de líderes, marcada para as 14h30. Ainda segundo a assessoria, Cunha já se reuniu com seus advogados.

Governo
Em nota, o governo federal diz esperar que “todos os fatos investigados na nova fase da Operação Lava Jato envolvendo Ministros de Estado e outras autoridades sejam esclarecidos o mais breve possível, e que a verdade se estabeleça”.

Outros mandados
Também foram feitas buscas em endereços de dois ministros: Henrique Eduardo Alves, do Turismo, e Celso Pansera, de Ciência, Tecnologia e Inovação, ambos do PMDB.

No total, a Polícia Federal cumpre 53 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal (9), em São Paulo (15), no Rio de Janeiro (14), Pará (6), em Pernambuco (4), Alagoas (2), no Ceará (2) e no Rio Grande do Norte (1).

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O senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA) e o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), em Petrolina (PE) também tiveram mandados cumpridos em suas residências.

Além deles, também foram alvos de mandados, até o momento, a chefe de gabinete de Cunha, Denise Santos, e o ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Fábio Ferreira Cleto, indicado por Cunha para o cargo. Cleto foi exonerado pela presidenta Dilma Rousseff na semana passada.

Outro mandado foi cumprido na sede do PMDB em Alagoas e na casa do primeiro tesoureiro do partido no estado, José Wanderley Neto. O prefeito de Nova Iguaçu e ex-deputado Nelson Bornier (PMDB), aliado de Cunha, também é alvo da ação.

Erramos: A primeira versão dessa matéria dizia que foi cumprido mandado de busca e apreensão na casa do deputado Aníbal Gomes em Fortaleza. O correto é que o mandado foi cumprido no gabinete do parlamentar em Brasília.

Redação O POVO Online
com informações da Agência Brasil
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