'Não nasci senador e não vou morrer senador', diz Delcídio
As regras sobre os procedimentos de visitas ao parlamentar foram estabelecidas ontem, um dia após o encontro com os aliados. De acordo com portaria da Polícia Federal, o senador está autorizado a receber pessoas nos horários de 10h às 11h ou de 15h às 16h. Na prática, essa autorização já vinha sendo adotada desde que Delcídio foi preso na quarta-feira passada, sob a acusação de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Contudo, devido à falta de definição por parte do Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal resolveu emitir um documento oficial sobre o assunto.
"Ele está bem ciente das dificuldades que vai enfrentar. Mas, para ele, a filiação partidária e o mandato são coisas menores. O foco dele é em explicar a armação que foi feita", afirmou Biffi.
Além dele, também estiveram presentes no encontro, que durou cerca de uma hora, os deputados federais Vander Loubet (PT-MS), Zeca do PT (PT-MS) e Dagoberto (PDT-MS), além do prefeito de Jardim, Erney Cunha (PT).
A reunião ocorreu no mesmo dia em que os partidos Rede Sustentabilidade e PPS apresentaram ao Conselho de Ética do Senado pedido de investigação contra Delcídio. A iniciativa pode resultar na cassação do mandato do senador.
"O ano legislativo acaba no dia 22 e, se não me falha a memória, só o prazo para o Delcídio se defender é de dez a 15 dias. Tivemos vários processos anteriores. Nenhum caso foi decidido com menos de 60 dias", ressaltou o presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto (PMDB-MA).
Ligado ao ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ele foi um dos que votaram pela liberação de Delcídio em sessão realizada no plenário do Senado na quinta-feira passada. "Eu não votei pela permanência dele na prisão. Não achei que era flagrante. E também achava que ele deveria ter tido o contraditório. Não significa que eu não possa mudar minha opinião no andar do processo", ressaltou.
Expulsão
No encontro com lideranças políticas do Mato Grosso do Sul, Delcídio também minimizou a possibilidade de ser expulso do PT, medida defendida publicamente pelo presidente nacional da legenda, Rui Falcão. "Acho que o Rui errou, como errou o Supremo, como errou o Senado. Para mim tanto faz como tanto fez, se ele vai me expulsar ou não", destacou o senador, segundo Biffi. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.