O conteúdo de documentos do Banco Central que foram entregues a procuradores da operação Lava Jato acusam o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de "embaraçar" investigações que giram em torno dele. 

Conforme divulgado pela revista "Época", tanto Cunha quanto a esposa, Cláudia Cruz, são investigados por suspeitas de crime de evasão de divisas, omissão de informações e por dificultar a apuração de investigações contra eles. A reportagem afirma que as novas acusações deram base a instauração de um novo processo administrativo no Banco Central, incluindo as contas do peemedebista no Exterior.

[SAIBAMAIS 3] 

Um levantamento do BC na base de dados de capitais no Exterior, entre 2001 e 2014, constatou "ausência de declaração" nesse período.

Documentos também revelam uma conta de Cunha no Israel Discount Bank que funcionaria para receber propinas de contratos do FI-FGTS. De acordo com a procuradoria-Geral do BC, "o Sr. Eduardo Consentino da Cunha procedeu com reprovável subtefúrgio destinado a embaraçar as investigações".  

A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve ainda decidir se abre novo inquérito sobre as novas denúncias. O possível novo inquérito pode reforçar os argumentos de Rodrigo Janot para conseguir afastar Cunha da presidência da Câmara. O STF só deve analisar o pedido da PGR na volta do recesso.

Cunha

À revista, o presidente da Câmara dos Deputados afirmou que seus advogados responderam aos questionamentos. O deputado negou possuir contas no banco de Israel: "desminto com veemência essa informação e desafio quem quer que seja aprová-la".

Redação O POVO Online,

com informações da Folha de S. Paulo