A bancada do PT na Câmara dos Deputados se reuniu agora há pouco e decidiu que todos os três deputados do partido no Conselho de Ética da Casa votarão pela admissibilidade de processo contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no órgão. Definição saiu após longa negociação de bastidores e pressão do presidente da legenda, Rui Falcão.

A definição foi anunciada nas redes sociais na tarde desta quarta-feira, 2, pela deputada Maria do Rosário (PT-RS). Segundo a petista, decisão deve ser anunciada posteriormente pelo líder do partido na Câmara, Sibá Machado (AC).

A definição encerra “mistério” sobre como devem se manifestar Zé Geraldo (PA), Valmir Prascidelli (SP) e Leo de Brito (AC) em votação contra Cunha no Conselho. Até então, os três estavam inclinados a fechar acordo com Cunha, para garantir governabilidade no Congresso.

[SAIBAMAIS 2]Retaliação

Caso o processo contra Cunha siga no Conselho, o presidente da Câmara tem ameaçado abrir processo de impeachment contra Dilma Rousseff (PT) em retaliação. Além disso, Cunha ainda tem poder de prejudicar a pauta econômica do governo no Congresso, entre elas projeto que “autoriza” o governo a fechar o ano com rombo de R$ 120 milhões.

A decisão de petistas torna complicada a situação de Cunha no Conselho de Ética. Até agora, o peemedebista tem "garantidos" apenas nove dos 20 votos de parlamentares do grupo – o presidente só vota em caso de empate. Os três votos petistas, portanto, eram necessários para garantir a maioria folgada na votação.