Presidente da Andrade Gutierrez silencia na Lava Jato
"Senhor juiz Sérgio Moro, eu queria rapidamente só fazer um agradecimento a minha família, que nesses 150 dias me suportou, me apoiou, meus familiares, meus amigos. E dizer que, por orientação dos meus advogados, eu vou permanecer em silêncio", afirmou Otávio Marques de Azevedo.
Dois executivos ligados à Andrade Gutierrez também se calaram diante do juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato na primeira instância. Paulo Dalmazzo foi citado, nas declarações do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e dos executivos Augusto Mendonça e Marcos Berti, como um dos executivos da Andrade Gutierrez responsável por representá-la nas reuniões do cartel instalado na estatal petrolífera. O esquema de corrupção e propinas foi desbaratado pela força-tarefa da Lava Jato. "Apesar de os fatos imputados a minha pessoa não fazerem relevância, porque eu nem na companhia estava, por orientação da minha advogada eu reservo o direito de ficar em silêncio", declarou o executivo.
Segundo a denúncia da Procuradoria da República, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, um dos delatores do esquema, realizava e coordenava as reuniões do 'clube vip' de empreiteiras cartelizadas. As reuniões teriam ocorrido, em sua maioria, nas sedes da própria UTC, em São Paulo e no Rio de Janeiro, na sede da Queiroz Galvão e da Andrade Gutierrez.
O executivo Élton Negrão também silenciou. O ex-presidente da Camargo Corrêa Dalton Avancini apontou Élton Negrão como também representante da Andrade Gutierrez nas reuniões do cartel instalado na Petrobrás. "Seguindo orientação dos meus advogados, eu vou ficar em silêncio", afirmou.