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Rio emprega filha de suposto receptor de propina de deputado

10:35 | 26/10/2015
Apontado pelo delator Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, na Operação Lava Jato como o receptor das propinas para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Altair Alves Pinto conseguiu que uma de suas filhas se tornasse assessora política da prefeitura do Rio. Danielle Porcari Alves foi nomeada servidora da Casa Civil municipal em 2014 a pedido de Cunha. Além disso, Altair e a família possuem uma empresa que participou das obras do Estádio do Maracanã.

Altair trabalha com Cunha desde 1999. Baiano afirmou aos investigadores que o aliado do peemedebista recebeu para Cunha entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão em dinheiro vivo como parte de uma propina total de US$ 5 milhões. Os valores seriam relativos à contratação de navio-sonda pela Petrobrás. O presidente da Câmara é alvo de um inquérito e foi denunciado em outro pela Procuradoria-Geral da República. Ele nega as acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.

Em 23 de junho de 2014, foi publicado no Diário Oficial a nomeação de Danielle na Casa Civil da gestão do prefeito Eduardo Paes, correligionário do presidente da Câmara. Danielle é médica veterinária e servidora concursada da prefeitura de Mimoso do Sul, cidade capixaba na divisa do Espírito Santo e o norte fluminense.

Paes afirmou em nota ao jornal O Estado de S. Paulo que "a servidora foi requisitada pelo prefeito a pedido do deputado federal Eduardo Cunha". Danielle foi nomeada para exercer a função de assessora política, com salário mensal de R$ 1.308,92.

Maracanã

Altair e sua família também possuem empresas que exploram pedras ornamentais no interior do Espírito Santo. Ele e uma irmã são donos da Indústria Aladin Mármores e Granitos, com sede na cidade capixaba de Muqui, vizinha a Mimoso do Sul.

No mesmo endereço e telefone da Aladin funciona a Guarujá Granitos, que pertence a Danielle e sua mãe, Marilene Porcari Alves. A Guarujá forneceu e instalou todas as divisórias, bancadas e cubas dos banheiros do Maracanã após a reforma para a Copa do Mundo. O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) não soube informar o valor recebido pela obra.

A reportagem não conseguiu contato com Altair nem com Danielle em seus telefones. Cunha também não respondeu aos pedidos de informação sobre a indicação da filha do aliado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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