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Falta governança é um dos principais problema do País, diz Nardes em palestra

10:55 | 29/10/2015
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, relator do processo que recomendou a reprovação das contas do governo federal de 2014, citou nesta quinta-feira, 29, o caso da Petrobras para explicar por que a falta de governança é um dos principais problemas da do Pais atualmente. "Sem uma boa governança, acabou acontecendo o que aconteceu (na Petrobras)", afirmou Nardes, referindo-se aos casos de corrupção envolvendo a estatal.

O ministro citou a cifra de R$ 2,8 bilhões, segundo ele gastos em projetos para a construção das refinarias Premium no Ceará e no Maranhão, como caso de desperdício. "Estou falando de bilhões, não de milhões", reforçou Nardes, que participa de palestra acadêmica no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec-RJ).

Nardes também citou a crise política, afirmando que manifestantes que tomam as ruas querem mudar o Brasil. "Há possibilidade de a gente recuperar o País, desde que a gente tenha um projeto alinhado", disse o ministro do TCU ao público da palestra, formado majoritariamente por estudantes universitários. "Essas pessoas que estão nas ruas querem mudar o País", completou Nardes.

Previdência

O Tribunal de Contas da União prevê um déficit na Previdência, do setor público e do INSS, de R$ 194,9 bilhões para 2016, segundo dados mostrados por Nardes na palestra. Os dados estão em relatório apresentado ontem no Plenário do tribunal, disse o ministro.

Para Nardes, o déficit primário de R$ 32 bilhões registrado em 2014 foi um "cochilo, uma desgovernança fiscal", mas há pouca discussão sobre a situação da Previdência.

"Estamos indo para uma situação de caos em termos de Previdência. O Brasil está numa situação gravíssima, (tornando-se) em curtíssimo espaço de tempo semelhante a Grécia e a Portugal", afirmou.

O ministro citou dados para mostrar que, em 2070, haverá apenas dois brasileiros em idade ativa para cada um em idade inativa. "O País está envelhecendo", afirmou Nardes, para então recomendar aos estudantes, a maioria jovens, que fizessem planos de previdência privada.

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