Câmara de SP aprova orçamento de R$ 42,1 bi para 2013
O dinheiro previsto para o pagamento de subsídios da passagem de ônibus, por exemplo, continuou estimado em R$ 660 milhões, mas só este ano já foram gastos R$ 940 milhões para este fim. Além disso, a equipe de Haddad estimava que pelo menos mais R$ 400 milhões seriam necessários para garantir a implementação do Bilhete Único Mensal prometido pelo novo prefeito. "Se neste ano, em que a passagem de ônibus não teve aumento, o subsídio já chegou a R$ 940 milhões, com essa previsão de subsídio vamos ter uma passagem que pode chegar a R$ 4 no ano que vem", afirmou o líder da bancada tucana, Floriano Pesaro (PSDB).
Também não houve previsão para garantir a isenção da taxa de inspeção veicular, outra promessa de campanha do petista. Essa verba estava estimada em cerca de R$ 180 milhões. Para não criar atritos com a base kassabista, Haddad não forçou sequer a redução do valor total do orçamento calculada pela atual gestão, que sua equipe acreditava estar superestimada em cerca de R$ 2 bilhões.
A votação foi marcada por polêmicas. Uma decisão judicial notificada hoje à Câmara ameaçou impedir a votação do orçamento. A 3ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou que os vereadores incluíssem na lei R$ 193 milhões para o pagamento de precatórios aos pensionistas do Município. O valor havia sido cancelado do orçamento de 2008 pelo Superintendente do Instituto de Previdência do Município de São Paulo (IPREM) e a Justiça considerou que isso não poderia ter sido feito.
Houve discussão sobre de onde tirar a verba necessária para cobrir essa nova dotação, mas depois se decidiu retirar o valor que será pago aos pensionistas dos R$ 4 bilhões previstos para o pagamento de precatórios. "Isso é ilegal. Temos de respeitar a fila dos precatórios. Não podemos simplesmente colocar os pensionistas na frente dos outros", disse Cláudio Fonseca (PPS), um dos vereadores contrários à decisão.
Outra polêmica foi a participação da vereadora Juliana Cardoso (PT) na votação do projeto. Ela estava de licença médica mas, mesmo assim, foi ao plenário e registrou seu voto favorável ao orçamento. Depois de novo tumulto, o voto da vereadora foi cancelado pela Mesa Diretora. Apenas Aurélio Miguel (PR) e Adilson Amadeu (PTB) votaram contra.