Delator do esquema temia ser assassinado
Inseguro, ele fez uma procuração em nome da mulher, Vanessa de Faria, para o caso de algo de ruim lhe acontecer, de acordo com o depoimento dela à Polícia Federal. Ele também pediu que Paulo Vieira desistisse de lhe fazer algum mal, de acordo com e-mails interceptados pelos investigadores.
Um ano antes de oferecer a notícia-crime à Superintendência da PF em São Paulo, o ex-auditor trocou mensagens com Paulo Vieira dizendo nunca antes ter se sentido tão mal na vida. Disse que já não dormia e que andava "muito preocupado com os últimos acontecimentos".
Casado com Cyonil há dez anos, Vanessa contou à polícia um episódio em que Paulo Vieira, em abril de 2010, interfonou diversas vezes para o apartamento do casal querendo subir. Ela pensava tratar-se do "editor de livros" do marido - que já teve três obras publicadas -, mas não sabia que, naquele caso, "livro" era um codinome para "propina".
Entre 2009 e 2010, estranhando o comportamento do marido, Vanessa vasculhou a casa em busca de algum indício de que Cyonil a traía. E encontrou um envelope com R$ 50 mil. Ela disse ter indagado o marido sobre o dinheiro e teve como resposta que se tratava de recebimentos por cursos que ele havia dado.
Vanessa contou à PF que pensou que o marido daria o dinheiro para alguma amante e em oito meses gastou, escondido, R$ 45 mil. Cyonil ficou furioso e ao receber a segunda parcela da propina sustentou para a mulher que a origem do dinheiro era o curso. O casal gastou todo o montante. Segundo ela, após a denúncia, Cyonil fez um empréstimo de R$ 100 mil para devolver à Justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo