Dirceu tinha influência sobre réus, diz relator
O apartamento em São Paulo foi negociado por R$ 115 mil, com a ajuda de Marcos Valério e Tolentino, pelo petista Ivan Guimarães, ligado à direção do Banco do Brasil e depois ao Banco Popular. O ministro disse que Guimarães não tinha o dinheiro para comprar o apartamento e pediu ajuda a Tolentino.
Joaquim Barbosa lembrou parte do depoimento de Maria Angela Saragoça, na qual ela conta que expôs a vontade de vender o imóvel ao ex-ministro José Dirceu que, no entanto, não tinha condições de ajudá-la. Mas, logo depois, ela foi apresentada a Marcos Valério pelo petista Sílvio Pereira, ex-dirigente do PT, o que resultou na venda do apartamento.
Ainda sobre favores prestados à ex-mulher, Barbosa citou o empréstimo do Banco Rural, no valor de R$ 42 mil. Segundo o ministro, os depoimentos mostram que esse empréstimo foi feito de forma não corriqueira nem dentro da rotina do banco. Além disso, o relator citou que o BMG empregou a ex-mulher do ministro. "Os fatos e as provas revelam que os personagens envolvidos nos comprovados favores só os prestaram por se tratar da ex-mulher do chefe da Casa Civil", afirmou o relator, Joaquim Barbosa.