FHC admite 'cansaço' de eleitor com PSDB
Ele não faz uma relação direta entre esse "cansaço eleitoral" e a recente queda do candidato tucano José Serra nas pesquisas. O que se percebe, diz ele, "é que o Russomanno subiu. Os outros estão praticamente no mesmo lugar". E quanto a Serra? "Ele já tinha caÃdo antes, mas parou, se estabilizou em outro patamar."
A avaliação, feita em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ocorre no momento em que tanto FHC quanto a presidente Dilma Rousseff (PT) entram na campanha gravando mensagens para os respectivos candidatos, Serra e Fernando Haddad. E o fazem nesse cenário de que fala o ex-presidente, marcado por surpresas para os dois partidos - pois, na contramão do que ambos esperavam, seus candidatos estão bem atrás do lÃder de todas as pesquisas de intenção de voto, Celso Russomanno (PRB).
Fernando Henrique afirmou ainda que o eleitorado do PT também está menor, e isso não acontece apenas em São Paulo. "Nas capitais, pelo PaÃs afora, o PSDB está melhor que o PT", afirmou o ex-presidente tucano. Ele ressaltou que "isso (a Â?fadiga de materialÂ? do eleitorado) não assegura nada sobre o que vai acontecer até o dia das eleições". O jogo importante na eleição paulista, segundo o tucano, "vai se dar nas semanas finais".
'Em pé'
A entrada de FHC e da presidente Dilma na campanha paulista se segue à "batalha epistolar" entre os dois no inÃcio da semana. No domingo, ele publicou no jornal O Estado de S. Paulo um artigo crÃtico ao governo Lula, que ela replicou, no dia seguinte, defendendo seu antecessor. Na quinta-feira (6), FHC afirmou que não quer levar essa discussão adiante e fez um único comentário: "Fiquei contente porque tudo o que eu disse parou em pé".
A receita do ex-presidente para a recuperação do PSDB e de seu candidato é "a reafirmação corajosa de suas teses e a defesa de valores, defender o que fizemos". Se isso for feito, ele espera que Serra volte aos antigos patamares. "Ir para o segundo turno é fundamental", avisou.
FHC ironiza análises que falam em empate técnico porque um candidato pode ter três pontos a menos e outro três a mais. "Ora, pode também ser o contrário e o que lidera estar ainda mais ainda à frente, não?" Ele não leva a sério, também, a insistência dos rivais em vender o novo. "O Russomanno, de novo, não tem nada. � candidato há muito tempo." Só faz sucesso "porque não está ainda classificado entre os grandes".
Aécio
Na quinta-feira (6), em viagem a JundiaÃ, no interior de São Paulo, o senador tucano Aécio Neves (MG) fez, numa reunião de apoio ao candidato do partido à prefeitura, um mea culpa geral em defesa de FHC: "O PSDB cometeu o pecado, no passado, de não ter valorizado o nosso legado". Disse ainda que está "estimulando o presidente a entrar na campanha em algumas capitais". Lembrou que no quadro atual o PSDB e seus aliados lideram em mais de dez capitais "e o PT, só em Goiânia". Dali foi a Ribeirão Preto, para encontro semelhante, e atacou os petistas: "Queremos introduzir na agenda do Brasil a gestão pública de qualidade para se contrapor a esse absurdo aparelhamento do Estado brasileiro". Colaboraram Ricardo Brandt e Rena Moreira. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.