Celso de Mello condena 3 ex-dirigentes do Rural
No seu voto, Celso de Mello disse que a cúpula do Banco Rural formou um "núcleo criminoso estruturado e organizado com a divisão de tarefas" para cometer crimes com o intuito de obter benefícios econômicos. O Ministério Público Federal acusou os ex-dirigentes do banco de conceder empréstimos milionários simulados às empresas de Marcos Valério e ao PT.
O ministro, o mais antigo em atividade na Corte, disse que Kátia Rabello e José Roberto Salgado deram "notável exemplo a ser evitado" por "desrespeito patente' e "desrespeito intencional" das regras das boas práticas bancárias. "A situação de risco que envolvia a concessão dos empréstimos era tão alarmante que envolvia a direção do banco", ressaltou, ao ressaltar as "fragilidades" das garantias oferecidas por Valério e pelo PT para quitar os empréstimos.
Celso de Mello disse que Vinícius Samarane, então diretor do banco, participou "ativamente" da produção de relatórios "enganosos" para ocultar o fato de que os empréstimos não estavam sendo pagos e sequer reclassificados por conta do risco de calote. O ministro votou pela absolvição de Ayanna Tenório, sem fundamentar sua posição. Ele disse apenas que acompanhava o ministro Ricardo Lewandowski, revisor da ação.