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Advogado de Zilmar Fernandes critica atuação de Gurgel

17:58 | 15/08/2012
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, último a apresentar sustentação oral, fez nesta quarta ataques ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e pediu aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que não usem no julgamento do mensalão provas colhidas na CPI dos Correios. Para Kakay, que é defensor de Zilmar Fernandes, sócia de Duda Mendonça, só devem ser consideradas para condenação provas da fase judicial do processo.

Kakay fez críticas ao fato de o procurador-geral da República poder ficar com os ministros do STF no intervalo das sessões e de se sentar ao lado do presidente da corte. Atacou também a sustentação oral de Gurgel. "Algum advogado o intimidou? Algum réu? Se houve constrangimento, não foi por parte da defesa. Não vejo como colocar isso em alegações finais".

O advogado afirmou que a acusação não deveria ter recorrido a adjetivações e criticou o fato de Zilmar e Duda terem sido denunciados de forma "conjunta". "A acusação tratou os dois como um só. Pensei que seria um só, como Leandro e Leonardo", ironizou. "Zilmar é como se não existisse. Duda abre a conta dele e como não declarou no imposto de Renda, paga na pessoa física R$ 4 milhões e a Zilmar é denunciada. É uma falta absoluta de critério, até uma falta de respeito à pessoa da Zilmar".

Reiterou que Duda e sua sócia não deveriam estar na denúncia por não terem qualquer ligação com o mensalão. Disse ainda que as provas da CPI não deveriam ser usadas para decidir qualquer condenação. "Uma das questões sérias que Vossas Excelências decidirão é se prova em CPI pode ser usada em processo criminal. Já levei dezenas de pessoas para depor lá. CPI tem poderes judiciais, mas não tem deveres, ônus. Aqui, quando quebra sigilo, tenho dificuldade em rebater. Lá quebram a granel. O STF vai ter que por limites às CPIs".

Kakay concluiu reiterando que os negócios de Duda e Zilmar eram lícitos e que foram Delúbio Soares e Marcos Valério que definiram a foram de pagamento. Ressaltou ainda que a conta de Duda era em Miami, não em um paraíso fiscal, como teria dito Gurgel na sustentação oral. "Considerar os Estados Unidos um paraíso fiscal é mais um excesso da acusação".

O advogado fez ainda uma defesa do ex-presidente Lula e do ministro José Dirceu. Disse que Lula era correto e destacou a recondução de Antonio Fernando de Souza à PGR mesmo após a denúncia do mensalão. Afirmou ainda que Dirceu só foi acusado por Roberto Jefferson porque seria intransigente em relação à corrupção praticada por aliados deste nos Correios.

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