Humberto Costa: fatos contra Demóstenes são claros
Presente na discussão sobre o processo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Costa disse que jamais usou no seu relatório, no qual pediu a cassação de Demóstenes, "qualquer informação que não tivesse sido admitida pelo senador". O parlamentar é acusado de usar seu mandato na defesa dos interesses do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
"Na sua defesa, ele (Demóstenes) próprio utilizou trechos das gravações da Polícia Federal, reconheceu sua voz", disse o relator do conselho. Segundo ele, a prova no processo penal tem de ser "robusta", embora o mesmo não é necessário para o "processo político". Ao contrário do que afirmou a defesa, Humberto Costa disse ainda que em nenhum momento declarou que Demóstenes teria defendido a legalização dos jogos de azar junto com os colegas. O relator do conselho disse que foi analisado o discurso público de Demóstenes, um "militante antilegalização dos jogos de azar". Mas essa militância, reconheceu Costa, jamais existiu, configurando uma mentira.
O relator do conselho disse que pensou várias vezes para apresentar o voto pela cassação. Ele recordou que tempos atrás foi vítima de acusações, tendo sido absolvido pela Justiça. Embora não tenha citado, Costa referia-se a uma investigação feita no caso da Operação Sanguessuga, da Polícia Federal. Ex-ministro da Saúde, ele foi envolvido por suspeita no esquema de desvio de recursos para a área.
"Faço isso com nenhum prazer, com nenhum gosto, peço a Deus que não me bote numa tarefa semelhante a esta", disse. "Os fatos são cristalinos de que houve quebra de decoro parlamentar", destacou o relator. No momento, os senadores discutem o caso e em seguida vão votar o parecer do senador Pedro Taques (PDT-MT), que votou na CCJ pela continuidade do processo por entender que não houve qualquer vício na tramitação.