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Haddad articula para atrair tucanos ao 'ninho petista'

17:29 | 17/05/2012
Após a adesão de ex-tucanos como o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira e da secretária municipal de Educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, o pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, se prepara para receber o apoio de outros intelectuais e personalidades ligadas historicamente ao PSDB. Nos bastidores, Haddad vem cuidando pessoalmente da adesão dos ex-tucanos, a maioria deles prontos para atuar nos bastidores, mas que não gostariam de aparecer publicamente. Aos aliados, Haddad tem comemorado a demanda de antigos tucanos que, somados, chegariam a 50 novos simpatizantes do petista.

"Todo dia tem ex-tucano entrando na campanha", revelou o vereador Chico Macena, um dos responsáveis pela comunicação da pré-campanha. "É uma lista grande", resumiu o deputado federal Carlos Zarattini, um dos responsáveis pelo futuro plano de governo de Haddad.

A lista de novos apoiadores tem sido mantida à "sete chaves" pela cúpula da campanha de Haddad, que teme contrariar o desejo dos intelectuais de se manterem anônimos, pelo menos por enquanto. "Essas coisas a gente tem que ir devagar", justificou Zarattini.

A expectativa é que os ex-tucanos colaborem com o plano petista para a cidade e que participem de eventos organizados pela campanha. Nesta quinta, Haddad participará de um debate sobre educação com Cláudia Costin, secretária de Cultura no primeiro mandato do governador Geraldo Alckmin e ex-ministra de Administração de Fernando Henrique Cardoso, e com Maria Alice Setúbal, ex-colaboradora da campanha presidencial de Marina Silva à Presidência em 2010. "Eles estão vindo para colaborar com o debate", explicou o vereador Antonio Donato, presidente do diretório municipal do PT.

"Gosto muito do Haddad, ele fez uma gestão importante no Ministério da Educação", avaliou Maria Alice Setúbal, socióloga, doutora em Psicologia da Educação pela PUC-SP e mestre em Ciência política pela Universidade de São Paulo (USP). Maria Alice ressaltou que não pretende ter o mesmo envolvimento com a campanha de Haddad que teve com a de Marina Silva, mas que vai colaborar com o petista. "Estou apoiando Fernando Haddad, mas não vou estar direto no plano de governo", ressaltou.

Os petistas apostam no bom trânsito do ex-ministro da Educação entre os acadêmicos para alavancar sua candidatura e também no que consideram de insatisfação de parte de intelectuais históricos com os rumos dos tucanos para atraí-los ao "ninho petista". Além disso, Donato acredita que há um esgotamento em torno do pré-candidato José Serra.

Alianças - Nesta quinta, Haddad cancelou uma agenda em Porto Alegre, onde participaria de um encontro do PT, para se reunir com a cúpula regional do PCdoB. "Foi uma reunião de rotina", desconversou o ex-ministro do Esporte Orlando Silva, que foi ao encontro acompanhado da presidente estadual da sigla, Nádia Campeão, e do cacique municipal, Wander Geraldo da Silva.

Segundo Orlando Silva, nas duas horas de reunião foi discutido a importância de promover as candidaturas de partidos da base de governo da presidente Dilma Rousseff. O ex-ministro ressaltou que a candidatura do vereador Netinho de Paula está mantida, até segunda ordem. "Na política nada é permanente", sinalizou.

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