Gurgel anuncia que não vai depor na CPI do Cachoeira
Em nota, Roberto Gurgel reafirmou que, em 2009, quando recebeu material referente à Operação Las Vegas, fez uma avaliação preliminar "e verificou que os elementos não eram suficientes para qualquer iniciativa no âmbito do STF
Por meio da assessoria de imprensa, Gurgel divulgou uma nota à imprensa, em que afirma que existem dificuldades jurídicas para o seu comparecimento à CPI. Segundo o comunicado, "eventual depoimento seu à comissão poderá futuramente torná-lo impedido para atuar nos inquéritos em curso e ações penais subsequentes".
Na nota, o procurador declara que, no encontro com os parlamentares nesta manhã, fez uma síntese do andamento das investigações. Ele reafirma que, em 2009, quando recebeu material referente à Operação Las Vegas, fez uma avaliação preliminar "e verificou que os elementos não eram suficientes para qualquer iniciativa no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), optando por sobrestar o caso, como estratégia para evitar que fossem reveladas outras investigações relativas a pessoas não detentoras de prerrogativa de foro, inviabilizando seu prosseguimento, que viria a ser formalizado na Operação Monte Carlo".
O texto acrescenta que, somente no dia 9 de março deste ano, a Justiça Federal em Goiás encaminhou ao procurador-geral da República o material relativo à Operação Monte Carlo. "Este material, agora sim, reunia indícios suficientes relacionados a pessoas com prerrogativa de foro e, assim, menos de 20 dias depois, em 27 de março, o procurador-geral da República requereu a instauração de inquérito no STF, anexando tudo o que recebeu nas duas oportunidades (Operações Las Vegas e Monte Carlo)."
Gurgel explica ainda que o Ministério Público Federal é o titular da ação penal, a quem cabe definir os rumos e estratégias da investigação. Ressalta que o material do inquérito é muito vasto e está sendo analisado com o devido critério e a necessária prioridade, "e que não se furtará a investigar quem quer que seja".
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) foi instalada em 19 de abril último no Congresso, para apurar o envolvimento de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados. Para sua instalação, a comissão teve o apoio de 337 deputados e 72 senadores - número de assinaturas bem superior ao mínimo necessário, de 171 deputados e 27 senadores.