Depoente nega à CPI ser braço direito de Cachoeira
Lenine afirmou que poderia falar à CPI logo após os depoimentos das testemunhas de um processo a que responde por envolvimento com o contraventor, marcado para os dois próximos dias na Justiça Federal em Goiânia. "Não me considero braço direito do senhor Carlos", disse o depoente, ao fazer uma rápida exposição inicial. Ele disse que se sente "injustiçado" por causa da sua vinculação com o caso. Lenine afirmou ainda que se apresentara espontaneamente à Justiça, que havia expedido uma ordem de prisão contra ele.
O administrador disse que foi transferido para o presídio de segurança máxima de Mossoró e, depois de 15 dias de isolamento, foi deslocado para a ala federal da penitenciária da Papuda, em Brasília. "Isso me causou profundos problemas psicológicos a mim, à minha esposa e à minha família", afirmou, ressaltando que nunca foi preso em "45 anos de vida".
O depoimento do tesoureiro da Delta, Rodrigo Moral Dall Agnol, foi adiado porque há dúvidas entre se ele vai depor como investigado ou testemunha. A CPI ficou de enviar informações ao Supremo para esclarecer essa situação.
Críticas
O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e outros integrantes da comissão criticaram pouco antes a série de habeas corpus concedidos pelo STF. Vital disse que, em nome da comissão, quis demonstrar o "inconformismo" e a "desnecessidade" das decisões do STF. O presidente da CPI lembrou que ninguém está sendo coagido a depor. O colegiado deve encaminhar uma queixa ao Supremo, por entender que o tribunal sequer pediu informações à CPI sobre a situação das pessoas convocadas.
O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), disse que não há diferença entre a situação da atual CPI para as anteriores. "Não vejo diferença entre a decisão dos ministros tomados nesta CPI do Cachoeira para outras", disse o tucano, ao ressaltar que, a rigor, os investigados nem precisariam da decisão do Supremo para virem à comissão.
Os parlamentares devem discutir agora se convocam os governadores de Goiás, o tucano Marconi Perillo; do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz; e do Rio de Janeiro, o peemedebista Sérgio Cabral. No início da sessão da CPI, Vital do Rêgo negou recurso apresentado pelo deputado Gladson Cameli (PP-AC) para recusar a vinda dos governadores.