Russomanno admite chapa com Chalita em SP
Durante entrevista à Rádio Estadão/ESPN, Russomanno disse que mantém conversas com Soninha Francine (PPS), com o vereador Netinho de Paula (PCdoB), com Luis Flávio Borges D'Urso (PTB) e, principalmente, com Chalita. "Eu acho assim: política é o diálogo da construção. Talvez assim a gente consiga construir um outro caminho que não seja a polarização", defendeu.
Russomanno também atacou a gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) por "falta de pulso" e disse que, embora não tenha críticas à primeira gestão, Kassab se dedicou mais à criação de seu partido do que à administração da cidade na segunda gestão. "Ele resolveu criar um partido político e eu sei o quanto tempo demora e demanda isso. Para conquistar a quantidade de deputados que ele conquistou no País inteiro, ele precisa viajar o País inteiro, ele precisou se desgastar profundamente e a cidade ficou parada, ficou abandonada. Isso é um processo que não pode acontecer", apontou.
Para o pré-candidato, um prefeito precisa sair do gabinete para sentir os problemas cotidianos da população. "O prefeito tem que estar à frente da cidade, mas não é só no gabinete. É uma questão de ir pra rua", criticou. "Quando você está no gabinete, todo mundo fala que está tudo bem para você. Os seus assessores, todos à sua volta, dizem 'ah, está ótimo, está maravilhoso'. Está mesmo? Vai na rua ver sem avisar onde vai. Se você avisar, todo mundo vai arrumar a casa para você ser recebido", completou. Ele também criticou a "falta de ideias" na gestão de transporte público. "Não é possível que os administradores queiram ver as pessoas passando o transtorno que passam no trânsito todos os dias, a cidade parando. Precisamos ter boas ideias", pregou.
Ex-filiado ao PP, Russomanno admitiu que tinha dificuldades de se relacionar com o deputado federal Paulo Maluf, presidente estadual do partido, com quem teve "umas dezenas de brigas". Devido aos desentendimentos e ao fato de Maluf ter se comprometido com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) em não lançar candidato à Prefeitura este ano, Russomanno deixou o partido no ano passado. "Minha relação com o Paulo é muito complicada", contou. No entanto, o pré-candidato disse que pretende conquistar o eleitorado malufista em São Paulo. "Com certeza. Até pela minha postura, meu jeito de ser. Saí do partido com dor no coração", lembrou.
Russomanno também defendeu a "oxigenação" da política, discurso comum entre os pré-candidatos que disputam este ano o cargo executivo pela primeira vez e que terão na campanha o pré-candidato tucano José Serra como principal adversário. "Precisamos oxigenar a política. Não temos muitos jovens na política porque essa geração foi criada na ditadura militar e não havia incentivo para ser político", analisou.
O pré-candidato do PRB foi o terceiro a participar da série de entrevistas sobre eleições municipais, promovida pelo Grupo Estado. Na quarta-feira (18) foi entrevistado o petista Fernando Haddad e na terça-feira (17), Soninha Francine (PPS). Na semana que vem, serão entrevistados Netinho de Paula (PCdoB), no dia 25, e o peemedebista Gabriel Chalita, no dia 27. O pré-candidato do PSDB, José Serra, ainda não confirmou sua participação.