Demóstenes ajudou Cachoeira a 'nomear' prima em MG
Do pedido de Cachoeira a Demóstenes até a nomeação de Mônica bastaram apenas 12 dias e 7 telefonemas. São citados nos grampos o deputado federal Marcos Montes (PSD), ex-prefeito de Uberaba, e Danilo de Castro, articulador polÃtico de Aécio em seu Estado e secretário de Governo da gestão Antonio Anastasia (PSDB), governador de Minas. Eles negam envolvimento na nomeação.
A PF monitorou Cachoeira, a prima dele e Demóstenes na Operação Monte Carlo, que desmantelou esquema de contravenção, fez ruir a aura de paladino do senador goiano e expôs métodos supostamente ilÃcitos da Delta Construções para atingir a supremacia em sua área.
Professor e doutor
Aécio não caiu no grampo porque não é alvo da investigação. Mas ele é mencionado por Demóstenes e Cachoeira. Nos diálogos, o contraventor chama Demóstenes de Â?doutorÂ? e o senador lhe confere o tÃtulo de Â?professorÂ?.
O grampo que mostra a ascensão profissional da prima de Cachoeira está sob guarda do Supremo Tribunal Federal (STF), nos autos que tratam exclusivamente do conluio de Demóstenes com o contraventor.
Em 13 de maio de 2011, Aécio é citado. Cachoeira pede a Demóstenes para "não esquecer" o pedido. "Ã? importantÃssimo pra mim. Você consegue pôr ela lá com o Aécio... em Uberaba, pô, a mãe dela morreu. Ã? irmã da minha mãe." Demóstenes: "Tranquilo. Deixa eu só ligar pro rapaz lá. Deixa eu ligar pra ele."
A PF avalia que o caso pode caracterizar tráfico de influência. "Seguem ligações telefônicas, divididas por investigado, em ordem cronológica, que contêm indÃcios de possÃvel cometimento de infração penal por parte de seus interlocutores ou pessoas referidas."
Na sÃntese que faz da ligação de Cachoeira a Mônica, a 26 de maio - o contato durou 3 minutos e 47 segundos -, a PF assinala: "Falam sobre a nomeação de Mônica para a Sedese/MG, conseguida por Cachoeira junto ao senador Aécio Neves por intermédio do senador Demóstenes Torres e de Danilo de Castro." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.