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Premiê deve mudar alguns ministros para seguir no poder no Reino Unido

08:06 | 10/06/2017
Londres, 10 (AE) - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, trabalha neste sábado para preencher postos em seu governo, após um resultado eleitoral que se mostrou desastroso para seu Partido Conservador e que complicou a posição dela no processo de saída do país da União Europeia, o chamado Brexit.

O escritório de May tem dito que a maioria dos principais ministérios seguirá sem mudanças. Não serão trocados, por exemplo, o ministro do Tesouro, Philip Hammond, o das Relações Exteriores, Boris Johnson, e a ministra do Interior, Amber Rudd. A premiê deverá, porém, fazer mudanças em outras pastas.

Sete ministros perderam suas cadeiras no Parlamento na eleição da quinta-feira, na qual os conservadores perderam a maioria absoluta no Parlamento. O partido de May ficou com 318 vagas, oito a menos que as 326 necessárias para a maioria absoluta. O Partido Trabalhista, segundo colocado, levou 262 assentos.

May anunciou que iria buscar uma aliança com o Partido Unionista Democrático (DUP, na sigla em inglês), da Irlanda do Norte. O DUP possui 10 cadeiras, o que daria ao governo a possibilidade de aprovar medidas no Parlamento. A sigla é, porém, socialmente conservadora, formada por protestantes que se opõem ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, além de incluir em seu comando tanto ambientalistas quanto pessoas que negam as mudanças climáticas.

Líder conservadora na Escócia, Ruth Davidson disse que questionou May em busca de garantias de que não haverá ataques aos direitos dos gays, após um acordo com o DUP. A Irlanda do Norte é a única parte do Reino Unido onde o casamento entre pessoas do mesmo sexo é ilegal.

A autoridade de May sobre o partido ficou abalada com o resultado das urnas. Ela convocou a eleição antecipada quando seu partido estava confortavelmente à frente nas pesquisas, na esperança de aumentar a maioria e fortalecer sua posição para negociar a saída da UE. Em vez disso, o resultado gerou confusão e divisões, dias antes do início das negociações com o bloco, previsto para 19 de junho.

O líder trabalhista, Jeremy Corbyn, pediu que May renuncie. Ela parece, porém, que seguirá no posto no futuro imediato, já que os conservadores não querem entrar agora em uma disputa pela liderança. Mas os jornais do Reino Unido concordam que ela terá a missão de tentar se agarrar ao posto. "May luta para seguir premiê", afirmou o Daily Telegraph em sua capa deste sábado, enquanto o Times de Londres foi mais enfático: "May fica à beira do abismo". Fonte: Associated Press.

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