Corais sofrem branqueamento recorde na Austrália, diz ONG
Corais de um recife na costa oeste da Austrália sofreram um branqueamento recorde devido a uma onda de calor marinha que literalmente os "cozinhou", alertou uma ONG local nesta quarta-feira(26).
O recife de Ningaloo, Patrimônio Mundial da Unesco e conhecido como local de reprodução de tubarões, sofreu uma degradação "sem precedentes" neste verão desde 2011, segundo estimativas citadas pela oceanógrafa Kate Quigley, da Minderoo Foundation.
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"O calor do oceano literalmente cozinhou os corais este ano", disse a especialista à AFP.
Embora a extensão total dos danos neste recife de 300 km ainda não tenha sido determinada, os dados iniciais mostram uma deterioração significativa.
O dano "é profundo; não é apenas a parte superior do recife que está branqueando. E várias espécies de corais estão branqueando", enfatizou a cientista.
As temperaturas da água na costa oeste da Austrália ficaram até 3°C acima da média neste ano, segundo os serviços meteorológicos estaduais.
Acima de um limite crítico, o aumento da temperatura da superfície do oceano causa o branqueamento dos corais, o que pode levar à sua morte.
Na prática, o aumento das temperaturas faz com que os pólipos de corais desapareçam, deixando apenas o esqueleto calcário desses superorganismos.
Este ano, o branqueamento também afetou pontualmente a Grande Barreira de Corais, na costa leste da Austrália, segundo dados do governo.
O branqueamento simultâneo desses dois recifes, localizados a milhares de quilômetros de distância e pertencentes a diferentes modelos climáticos, é um fenômeno incomum, segundo Quigley.
"O aquecimento dos oceanos é tão significativo que está sobrepondo especificidades locais em alguns lugares", disse a especialista, que chamou a situação de "extremamente preocupante".
A Grande Barreira de Corais sofreu cinco eventos de branqueamento em massa nos últimos anos: em 2016, 2017, 2020, 2022 e 2024.
Muito frágeis, os recifes de corais abrigam uma rica fauna e protegem o litoral, atuando como quebra-mares.
Em 2024, temperaturas recordes foram registradas em todo o mundo, em meio à mudança climática ligada à atividade humana.
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