Outro procurador de Nova York renuncia após ordem do governo Trump de retirar acusações contra prefeito

Outro procurador de Nova York renuncia após ordem do governo Trump de retirar acusações contra prefeito

A procuradoria federal de Manhattan, em Nova York, foi abalada por outra renúncia de um importante promotor em oposição à ordem do governo do republicano Donald Trump de retirar as acusações de corrupção contra o prefeito da cidade.

O Departamento de Justiça ordenou na segunda-feira que os promotores retirassem as acusações contra o prefeito democrata Eric Adams, o que desencadeou uma crise dentro da instituição judicial.

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Em um e-mail compartilhado por veículos de imprensa dos Estados Unidos nesta sexta-feira (14), o procurador-geral adjunto Hagan Scotten afirmou estar "totalmente de acordo" com a decisão da procuradora interina, Danielle R. Sassoon, que renunciou na quinta-feira por se recusar a cumprir essa ordem.

Na decisão, o Departamento de Justiça argumentou que as acusações contra Adams "restringiram indevidamente [sua] capacidade de dedicar toda a atenção e recursos ao combate à imigração ilegal e ao crime".

Adams recebeu pela segunda vez, nesta quinta-feira, o "czar da fronteira" Tom Homan, responsável pelo programa de expulsões em massa de migrantes irregulares prometido por Trump durante a campanha eleitoral no ano passado.

Nova York, um bastião democrata e progressista, tem status de "cidade santuário", estabelecido por votação dos legisladores locais, o que prevê uma cooperação limitada com os agentes federais encarregados de combater a imigração ilegal.

No entanto, o prefeito prometeu trabalhar mais de perto com o governo de Trump.

Sassoon afirmou na carta de renúncia que se recusava a arquivar um caso "por razões que não têm nada a ver com [sua] solidez".

"Em nenhum regime livre pode-se permitir que o governo utilize a retirada de acusações como prêmio, ou a ameaça de reapresentá-las, para induzir um funcionário eleito a apoiar seus objetivos políticos", acrescentou seu adjunto, Hagan Scotten.

Segundo o jornal The New York Times, outros cinco funcionários da divisão anticorrupção do Departamento de Justiça em Washington também renunciaram para evitar ter que cumprir a ordem das novas autoridades federais.

Ex-capitão da polícia de 64 anos, o prefeito de Nova York foi indiciado em setembro passado com cinco acusações, incluindo suborno e fraude, por receber doações ilegais para sua campanha eleitoral de 2021 e aceitar luxuosos presentes em troca de favores de empresários e funcionários turcos.

Adams se declara inocente e pretende concorrer à reeleição em novembro deste ano.

arb/pno/llu/mel/am

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