Alemanha registra excedente comercial recorde com EUA em meio a ameaças tarifárias de Trump
A Alemanha registrou um superávit comercial recorde com os Estados Unidos em 2024, de 71,4 bilhões de euros (74,1 bilhões de dólares, 426 bilhões de reais), segundo dados publicados nesta sexta-feira (7), que podem aumentar as tensões com Donald Trump, que ameaça impor novas tarifas contra a UE.
Os Estados Unidos viraram novamente o principal parceiro comercial da Alemanha, com um total de 255,4 bilhões de euros (1,5 trilhão de reais) em mercadorias negociadas em 2024, destronando a China, que ocupava o primeiro lugar desde 2016, segundo dados do instituto de estatísticas Destatis.
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As empresas alemãs exportaram em 2024 produtos no valor de 163,4 bilhões de euros (974 bilhões de reais) para os Estados Unidos, segundo o Destatis.
O número representa 10,5% do total das exportações alemãs, que em 2024 foram de 1,5 trilhão de euros (8,9 trilhões de reais), uma queda de 1% na comparação com 2023, em uma economia estagnada por uma grave crise industrial.
"O IRA (Inflation Reduction Act) nos Estados Unidos estimulou a demanda americana, em particular de produtos intermediários e tecnologias verdes, o que, apesar do seu objetivo protecionista, provavelmente favoreceu as exportações alemãs", declarou à AFP Jürgen Matthes, economista do Instituto IW de Colônia.
A Alemanha também representa uma parte importante do superávit comercial da União Europeia com os Estados Unidos.
O presidente americano, Donald Trump, ameaçou aumentar as tarifas sobre produtos da UE, depois de acusar o bloco de tratar "muito mal" o seu país.
Pilar tradicional da economia alemã, o comércio exterior sofreu queda no ano passado, reflexo da atividade do país, que enfrenta uma grave crise devido aos custos elevados da energia, baixa demanda e concorrência da China.
As importações caíram 2,8% no ano, a 1,3 trilhão de euros (7,7 trilhões de reais), o que resultou em um saldo comercial positivo de € 241,2 bilhões.