França garante seu orçamento sem solucionar crise política

França garante seu orçamento sem solucionar crise política

O primeiro-ministro francês, o centrista François Bayrou, está disposto a enfrentar duas moções de censura para salvar seu orçamento, embora não possa evitar os riscos da instabilidade política que afeta o país desde 2024. 

Bayrou, aliado histórico do presidente de centro-direita Emmanuel Macron, aprovou seu projeto orçamentário para 2025 por decreto na segunda-feira e a única maneira de derrubá-lo é se os parlamentares censurarem o governo de centro-direita. 

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A adoção por decreto ocorre frequentemente na França quando o governo não tem maioria e, embora possa recorrer à medida novamente nos próximos dias, na reta final do processo parlamentar, a votação nesta quarta-feira mostra que conseguiu afastar a censura. 

Ao contrário de dezembro, quando a oposição de esquerda e extrema direita derrubou seu antecessor conservador Michel Barnier, os socialistas não apoiarão uma censura desta vez em nome do "interesse geral", quebrando a unidade da esquerda. 

O orçamento busca sanear os cofres públicos reduzindo o déficit para 5,4% do PIB em 2025 — quase o dobro do limite estabelecido pelas normas europeias — com um aporte de 52 bilhões de euros (313 bilhões de reais). 

Para isso, o governo da segunda maior economia da UE planeja cortes drásticos nos gastos públicos, somados às novas receitas provenientes de um aumento temporário de impostos sobre as empresas mais lucrativas e as grandes fortunas. 

"As decisões que temos que tomar são difíceis e dolorosas, porque este não é o nosso orçamento", disse o líder parlamentar socialista Boris Vallaud à France Info, alertando que "a estabilidade está longe de ser garantida". 

O partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen, também é a favor de não censurar o governo por enquanto, em nome da "estabilidade" até que as eleições legislativas possam ser realizadas, de acordo com a lei, só a partir de julho.

tjc/zm/jc/aa

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