Líbano apresenta queixa à ONU contra Israel por ataques com dispositivos de comunicação
O Líbano anunciou nesta quarta-feira (6) que apresentou uma queixa à Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre as explosões mortais de dispositivos de comunicação no país em setembro, pelas quais culpa Israel.
O ministro do Trabalho do Líbano, Mustafa Bayram, chamou os ataques de “guerra hedionda contra a humanidade, contra a tecnologia e contra o trabalho” e disse que seu país havia apresentado uma queixa à agência de trabalho da ONU em Genebra.
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“É um precedente muito perigoso”, disse ele aos repórteres na cidade suíça.
Esse anúncio foi feito depois que Israel intensificou seu bombardeio aéreo contra o Hezbollah no Líbano em 23 de setembro e lançou uma ofensiva terrestre no sul do Líbano uma semana depois, após quase um ano de confrontos entre o Exército e o movimento pró-iraniano.
A escalada começou com explosões simultâneas de centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah, deixando dezenas de mortos e milhares de feridos em todo o Líbano.
Israel não reivindicou oficialmente a responsabilidade pelos ataques, mas Bayram disse que era “amplamente aceito internacionalmente [...] que Israel estava por trás desse ato hediondo”.
Quando perguntado por que o Líbano decidiu registrar a queixa na OIT, Bayram se referiu a todos os trabalhadores que estavam em serviço quando os pagers e walkie-talkies - ferramentas que eles usam em seus trabalhos - explodiram.
“Isso vai contra o ambiente de trabalho, a segurança e os princípios do trabalho decente [...] que a OIT defende”, disse o ministro.
As autoridades libanesas ainda podem apresentar reclamações sobre esses ataques em outros fóruns internacionais, incluindo a Organização Mundial do Comércio, enfatizou.
Pelo menos 1.964 pessoas foram mortas desde 23 de setembro no Líbano e mais de um milhão fugiram do país.
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