Entenda o que é o Capitólio dos EUA, invadido nesta quarta por extremistas pró-Trump

Alvo de invasão e confrontos, que inclusive culminaram em morte, o Capitólio dos Estados Unidos foi o centro da atenção mundial nesta quarta-feira, 6. Apoiadores extremistas do atual presidente Donald Trump invadiram o local e interromperam sessão que confirmaria a vitória do democrata Joe Biden, presidente eleito nas eleições americanas em novembro último. O republicano, não aceitando sua derrota nas urnas, constantemente inflou seus partidários a não aceitarem a vitória de Biden, o que culminou na manifestação violenta de hoje.

Mas afinal, o que é o Capitólio e o que ocorre lá? Localizado na capital dos EUA, Washington, DC (Distrito de Columbia), o local é a sede do Congresso da nação e abriga o Senado e a Câmara dos Representantes. É na construção imponente no bairro Capitol Hill que funciona o centro legislativo do país. É lá que as leis da nação são votadas e aprovadas.

Segundo o site oficial do Capitólio, o Congresso tem o poder de fazer leis, declarar guerras, arrecadar e prover dinheiro público e fiscalizar os gastos, além de votar impeachments e julgar funcionários federais. Também aprova nomeações presidenciais e aprova tratados negociados pelo Poder Executivos e pode supervisionar investigações.

Com construção iniciada em 1793, após o então presidente George Washington colocar a pedra fundamental da obra, o Congresso foi ter sua primeira sessão em 17 de novembro de 1800. O prédio imponente foi projeto originalmente por William Thornton, mas foi modificado posteriormente. O edifício tem sua cúpula central e mais duas alas: no norte, está situado o Senado e na parte sul, os Representantes. O local dispõe de galerias no andar superior, para visitantes que queiram assistir as sessões. Uma das marcas do prédio é uma Estátua da Liberdade colocada bem no topo da construção central.

O Capitólio já foi palco de diversos atentados, entre eles, um que não se concretizou, mas ficou mundialmente conhecido: o ataque às Torres Gêmeas. Anos depois do 11 de setembro 2001, foi confirmado que o avião alvo do atentado terrorista tinha como direção o Congresso dos EUA.

Invasão desta quarta-feira foi recebida com choque no mundo

A invasão do Congresso dos Estados Unidos, em Washington, por apoiadores do presidente Donald Trump, nesta quarta-feira, 6, proporcionou "cenas chocantes", alertou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, uma manifestação compartilhada por vários líderes mundiais.

"Cenas chocantes em Washington. O resultado dessa eleição democrática deve ser respeitado", escreveu no Twitter o chefe da aliança militar atlântica. A chegada dos partidários furiosos de Trump forçou a interrupção da sessão destinada a certificar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro.

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, por sua vez, lamentou as "cenas profundamente perturbadoras no Capitólio". "Os votos dos cidadãos devem ser respeitados. Confiamos que os Estados Unidos garantirão a proteção das regras da democracia", disse o líder do legislativo europeu em um tuíte. O Alto Representante (chefe da diplomacia) da UE, Josep Borrell, também denunciou um ataque sem precedentes à democracia nos Estados Unidos e pediu respeito ao resultado das eleições de novembro.

Com AFP