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Brasil adere à coalizão de alta ambição em Paris

13:16 | 11/12/2015
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, durante reunião com outros líderes em ParisDelegação brasileira se junta a grupo que age nos bastidores a favor de acordo mais ambicioso, que limite o aumento da temperatura a 1,5C até 2100. A um dia do acordo final na Conferência do Clima em Paris (COP21), a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira anunciou que o Brasil vai aderir à coalizão de alta ambição, grupo formado por mais de 100 países e até agora cercado por mistério. É uma iniciativa feita pelas Ilhas Marshall que mobilizou vários países para que pudéssemos fazer progressos [nas negociações] e ficar abaixo [da elevação da temperatura] de 1,5C e trabalharmos juntos, respondeu. Até então, a coalizão era formada por países poderosos, como Estados Unidos, Canadá e o grupo da União Europeia, e algumas nações em desenvolvimento, como Colômbia e México. Brasil, China, Índia e África do Sul não teriam sido convidados para se juntar ao grupo. No dia anterior, Gao Feng, da delegação chinesa, não quis comentar o fato de não ter sido convidado. O Brasil defende a posição que está no texto de sairmos abaixo de 2C pontos e irmos para 1,5C e depois evoluir, afirmou Teixeira. Questionado sobre o porquê de esses países não terem sido convidados, o ministro das Relações Exteriores das Ilhas Marshall, Tony de Brum, respondeu: Outros países são bem-vindos, mas é preciso trazer alta ambição para o acordo, comentou, sem dar mais detalhes. Segundo um representante do governo norueguês, a ideia da iniciativa nasceu há três anos, com União Europeia e Noruega, mas ganhou corpo durante as negociações na COP21. O grupo defenderia principalmente quatro pontos: querem que o Acordo de Paris tenha forca de lei; que o documento sinalize uma meta de longo termo para conter a temperatura seguindo o que a ciência indica; uma revisão a cada cinco anos das metas de redução das emissões; e ainda um sistema unificado para avaliar o progresso dos países no corte da poluição. Este último é especialmente controverso, por os países em desenvolvimento temerem serem expostos de maneira indesejada. Esperamos que Paris seja um ponto de virada na luta contra mudanças climáticas, disse ainda sobre a coalizão Tina Sundtoft, ministra de Meio Ambiente da Noruega. Para a ministra Izabella Teixeira, a última versão do texto melhorou muito em relação ao primeiro rascunho. Sinaliza caminho de convergência, comentou. O Brasil facilitou junto com Alemanha e Cingapura conversas na área de diferenciação. Ainda há algumas dificuldades, o dia será de reuniões bilaterais. Não adianta ter um acordo em que os grandes emissores não estejam a bordo. Eu não acredito num acordo em Paris se Estados Unidos, China, União Europeia não estiverem a bordo. A gente tem que entender quais são as condições que eles também colocam, completou Teixeira sobre o pacto prestes a ser fechado na COP21. Autor: Nádia Pontes, de ParisEdição: Rafael Plaisant
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