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AFP - Primeiros cachorros in vitro nasceram nos Estados Unidos

17:36 | 10/12/2015

Os primeiros filhotes de cachorro concebidos in vitro nasceram nos Estados Unidos, marcando, após décadas de tentativas, o sucesso de um processo de fertilização in vitro para cães, que é comumente utilizado em humanos há três décadas.

Este sucesso abre a possibilidade de preservar as espécies ameaçadas de caninos usando a modificação genética para eliminar doenças hereditárias em algumas espécies de cães, informou o estudo publicado nesta quarta-feira pela revista Public Library of Science ONE.

Sete cachorros nasceram em julho, uma mistura de beagle, labrador e cocker, todos em perfeito estado de saúde, explicou Alex Travis, que liderou o experimento e é professor de biologia da reprodução na faculdade veterinária da Universidade de Cornell (Estado de Nova York).

Ao todo, foram fecundados 19 embriões no laboratório, os quais foram implantados numa cadela. "Tentávamos desde meados da década de 1970 a fecundação in vitro com os cachorros, mas não tínhamos sucesso", lembrou Alex Travis.

A dificuldade se explica pelo fato de que os ciclos de reprodução dos cachorros são diferentes dos outros mamíferos, o que complica a fecundação dos ovócitos.
Os pesquisadores conseguiram desenvolver uma técnica que trouxe uma taxa de sucesso de fecundação in vitro de 80 a 90%, disse Travis.

Em 2013, os especialistas conseguiram superar outro obstáculo: o congelamento dos embriões, que permite reinseri-los no ovócito da cadela (equivalentes às trompas de Falópio nas mulheres) no momento mais apropriado de seu ciclo reprodutivo, uma a duas vezes ao ano, explicaram os cientistas.

Os cachorros compartilham mais de 350 doenças hereditárias e traços com os seres humanos, assim como quase duas vezes mais genes que outras espécies animais com a espécie humana.

Por isso, "os cachorros oferecem uma ferramenta poderosa para compreender os fundamentos genéticos das doenças" humanas, explicou Travis.
A técnica desenvolvida também irá ajudar a reproduzir espécies ameaçadas de extinção. "Podemos agora usar esta técnica para preservar o patrimônio genético de espécies ameaçadas de extinção e perpetuar".

AFP

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