Milhares participam de funeral de advogado curdo na Turquia
O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, disse que as autoridades estão investigando se o ataque tinha Elci como alvo ou se ele morreu no fogo cruzado entre os policiais e supostos assaltantes. Ele prometeu uma investigação "transparente". Já o líder do partido Pró Curdos, Selahattin Demirtas, disse que o advogado foi vítima de um "assassinato político".
Elci propagava a paz entre os rebeldes curdos e as forças de segurança do governo turco. Ele ficou brevemente preso no mês passado, após dizer durante um programa de TV que o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) não era uma organização terrorista. Ele virou alvo de uma acusação criminal por "propaganda terrorista" e poderia ser condenado a até sete anos de prisão. O PKK luta pela autonomia no sudeste da Turquia desde 1984.
Durante o tiroteio, um policial também morreu e outros dois ficaram feridos, além de um jornalista. Não está claro quem está por trás do ataque ou qual a motivação do crime. O ministro do Interior, Efkan Ala, disse que o objetivo dos ataques eram os policiais, mas a associação dos advogados de Diyarbakir afirma que Elci era o alvo. O advogado vinha dizendo em sua conta no Twitter que estava recendo ameaças de morte.
As autoridades declararam toque de recolher no bairro de Sur, onde os conflitos entre policiais e jovens curdos são frequentes. Mesmo assim, protestos foram realizados em Diyarbakir e outras cidades. A polícia usou canhões de água para dispersar a multidão, que respondeu com pedras e fogos de artifício.
A embaixada dos EUA na Turquia expressou surpresa com a morte de Elci, classificando o advogado como "um corajoso defensor dos direitos humanos". "Nossas condolências para a família dele e do policial assassinado e para toda a Turquia. É uma perda terrível", escreveu o corpo diplomático em sua conta no Twitter. Fonte: Associated Press.