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120 anos da descoberta do raio X

Em novembro de 1895, o cientista alemão Conrad Röntgen identificou uma radiação capaz de atravessar sólidos e radiografá-los completamente. Apesar dos perigos do raio X, avanço científico revolucionou diagnósticos

13:45 | 08/11/2015

No dia 8 de outubro de 1895, o professor de física da Universidade de Würzburg Conrad Röntgen, então com 40 anos, fazia experimentos com tubos catódicos em seu laboratório do Instituto Julius Maximilian.

Na realidade, ele pretendia apenas observar os belos fenômenos luminosos, que ocorreram num experimento já conhecido.

De repente, ele percebeu que a alguma distância de seu experimento um vidro começou a brilhar, emitindo uma luz fluorescente. Röntgen foi pego de surpresa: o vidro estava mais distante do que a radiação do catodo poderia alcançar, e mesmo que ele posicionasse um papel carbono ou uma tábua entre o catodo e o vidro, este continuava a brilhar.

Röntgen havia descoberto uma radiação eletromagnética até então desconhecida. "Sua contribuição científica foi considerar aquilo algo incomum e prosseguir as suas pesquisas", explica Roland Weigand, membro do Conselho de Curadores Röntgen de Würzburg, que reconstruiu, com equipamentos da época, os antigos locais de trabalho do físico, transformando-os num museu.

Durante seis semanas, Röntgen não mais deixou o seu laboratório e continuou as pesquisas em sua descoberta ainda que seu apartamento se localizasse bem acima dos espaços de trabalho.

Revolução dos diagnósticos

À descoberta, Röntgen conferiu o nome de "raios X" nome empregado até hoje em português, inglês e diversas outras línguas. Em alemão, a radiação passou a ser chamada, posteriormente, com o nome de seu descobridor: Röntgenstrahlung ou raios Röntgen.

Em 22 de dezembro de 1895, o cientista alemão fez a primeira imagem de uma parte do corpo humano, uma mão de mulher. Seis dias depois, ele apresentou seus resultados de pesquisa: Über eine neue Art von Strahlen ou Sobre uma nova espécie de radiação. Em 1901, ele recebeu o Prêmio Nobel de Física por sua descoberta.

Os raios X mudaram o diagnóstico médico fundamentalmente. Já na Primeira Guerra Mundial, a tecnologia era usada regularmente não somente para lesões ósseas, mas também para o reconhecimento de doenças bacterianas, como a tuberculose.

A radiação descoberta por Röntgen também é importante para a indústria e segurança. Com ela, é possível olhar através de bagagens, analisar obras de arte, achados arqueológicos e fósseis, como também detectar defeitos em componentes de materiais.

Consciência tardia de problemas da radiação

Até a década de 1950, médicos e físicos lidavam de forma bastante desprevenida com a radiação eletromagnética. Somente após a Segunda Guerra Mundial, o fato de o raio X ser ionizante, aumentando assim o risco de câncer, passou a ser levado cada vez mais a sério.

Hoje, os médicos limitam as radiografias ao absolutamente necessário. Além disso, novas tecnologias proporcionam um índice menor de radiação, como, por exemplo, a ressonância magnética.

Conrad Röntgen morreu em 1923, aos 77 anos, de câncer de intestino. No entanto, a sua doença não está ligada, provavelmente, aos seus experimentos. As doses de radiação a que esteve submetido eram muito baixas: a sua aparelhagem ainda não era potente.

Fabian Schmidt (ca)

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