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Argentina contesta na Justiça perfuração de petroleiras nas Malvinas

18:21 | 17/04/2015
Secretário argentino para o arquipélago diz que governo de Cristina Kirchner está determinado a recorrer ao "direito nacional e internacional" para evitar exploração. Governo britânico acusa país de "bullying". A Argentina anunciou nesta sexta-feira (17/04) ter dado início a um processo judicial num dos tribunais do país contra cinco empresas três delas britânicas que estão fazendo perfurações para extrair petróleo e gás nas Ilhas Malvinas, aumentando a tensão diplomática com o Reino Unido envolvendo o território. O secretário argentino de Assuntos Relacionados às Ilhas Malvinas, Daniel Filmus, afirmou, durante uma entrevista coletiva concedida em Londres, que um juiz da cidade de Rio Grande concordou em analisar o caso. "A Argentina vai utilizar toda a força do direito nacional e internacional para evitar que os recursos argentinos sejam explorados", afirmou Filmus na casa da embaixadora em Londres, Alicia Castro. O governo da presidente Cristina Kirchner considera "ilícita" toda exploração de recursos em águas territoriais do arquipélago, sob possessão inglesa desde 1833. Filmus destacou ainda que, segundo a lei de seu país recentemente reformada pelo Parlamento, a exploração petrolífera ilegal prevê pena entre cinco e dez anos de prisão. Para o secretário britânico do Exterior, Philip Hammond, o anúncio é um "bullying ultrajante". "Esta é uma ameaça contra o perfeito direito dos habitantes das ilhas Falkland de desenvolver seus próprios recursos econômicos", declarou Hammond em entrevista ao canal Sky News. "A Argentina precisa parar com este tipo de comportamento e começar a agir como um membro responsável da comunidade internacional." No início deste mês, as empresas Premier Oil e Falkland Oil iniciaram as perfurações no primeiro poço da região após anunciarem ter encontrado petróleo e gás. Localizado a 400 km da costa argentina, o arquipélago das Malvinas ou Falkland, como é chamado no Reino Unido foi motivo de uma guerra entre Argentina e Reino Unido em 1982, deixando mais de 600 argentinos e 250 ingleses mortos. A derrota do país sul-americano acabou por selar o fim da ditadura militar no país à época. Nos anos seguintes, os desentendimentos entre as duas partes continuaram, ficando mais intensos no governo Kirchner. Em março de 2013, os moradores das Malvinas votaram a favor de permanecer como colônia britânica num referendo. MSB/rtr/afp
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