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Líderes mundiais condenam assassinato de opositor de Putin

10:28 | 28/02/2015
Angela Merkel e Barack Obama defendem imediata investigação e punição dos assassinos do ex-vice-primeiro-ministro Boris Nemtsov em Moscou. Investigadores trabalham com "diversas possíveis" motivações para o crime. O assassinato do líder oposicionista e ex-vice-primeiro-ministro da Rússia Boris Nemtsov, em Moscou, gerou consternação no país e condenação internacional. Neste sábado (28/02), a chanceler federal alemã, Angela Merkel, disse estar chocada e pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, que "garanta a investigação da morte de Nemtsov e que os culpados sejam levados à Justiça", segundo informou o porta-voz do governo em Berlim. O presidente da França, François Hollande, também condenou a morte, e descreveu Nemtsov como um "corajoso e incansável defensor da democracia, comprometido com a luta contra a corrupção" na Rússia. Na noite desta sexta-feira, Nemtsov, de 55 anos, foi atingido por quatro tiros disparados a partir de um carro branco enquanto caminhava com uma mulher ucraniana, em uma área próxima ao Kremlin, no centro da capital russa. Nemtsov é a figura da oposição mais proeminente assassinada durante os 15 anos da gestão Putin. O presidente Barack Obama, que chegou a conhecer Nemtsov durante uma visita a Moscou em 2009, declarou que os russos perderam "um dos mais dedicados e eloquentes defensores de seus direitos". Obama pediu ao Kremlin a condução imediata de investigações "imparciais e transparentes." A morte do russo também foi lamentada pelo presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, que o chamava de "ponte entre a Ucrânia e a Rússia". "O tiro do assassino destruiu isso. E acho que não foi por acaso", disse. "Várias possibilidades" O Comitê Investigativo da Rússia afirmou neste sábado que está trabalhando com várias possibilidades que possam ter motivado o assassinato de Boris Nemtsov, incluindo tentativa de desestabilizar o Estado, extremismo islâmico, conflito na Ucrânia e até mesmo a vida pessoal da vítima. A nota do órgão máximo de investigação russa, porém, não levanta a possibilidade vista como mais provável por muitos dos apoiadores de Nemtsov a de que ele foi morto por ser um dos críticos do Kremlin mais inflexíveis e de visibilidade. Vladimir Putin afirmou que supervisionará pessoalmente as investigações sobre a morte de um de seus maiores opositores. O porta-voz russo, Dimitry Peskov, afirmou que o caso tem "características de um assassinato encomendado", e que pode ter sido uma "provocação", considerando que Nemtsov planejava liderar um grande protesto organizado pela oposição no domingo. O último dirigente soviético, Mikhail Gorbatchev, também disse que a morte poderia ter sido uma provocação, com o objetivo de "desestabilizar a situação no país, em um momento de crescente confrontação" com o Ocidente. O líder da oposição morreu horas depois de dar uma entrevista a uma rádio na capital russa, na qual fez um crítico discurso contra as políticas "furiosas e agressivas" conduzidas por Putin. Ele também falou do protesto que ocorreria no domingo contra as ações da Rússia na Ucrânia e que lança críticas sobre a crise econômica em seu país. "Esta manifestação pede o fim imediato da guerra com a Ucrânia. Ela exige que Putin acabe com a agressão", afirmou Nemtsov à rádio. Medo entre opositores Uma montanha de flores amanheceu no local em que líder oposicionista russo foi alvejado, na ponte Bolshoi Moskvoretsky. Ativistas afirmaram que não vão cancelar o protesto mas agora farão uma marcha em memória de Nemtsov no centro da cidade. Eles dizem, no entanto, que muitos agora estão com medo de apoiar o movimento. Vários dele, assim como Nemtsov, já receberam ameaças de morte. Crítico ferrenho de Putin, Nemtsov era copresidente da coligação entre Partido Republicano da Rússia e Partido da Liberdade Popular (RPR-PARNAS). Por ter protestado nas ruas contra as prisões de opositores de Putin, ele próprio teve que passar alguns dias preso, há um ano. Nemtsov lançou carreira política como governador da região de Níjni Novgorod, na Rússia central, e se tornou vice-primeiro-ministro do país no final da década de 1990, sob a presidência de Boris Ieltsin. Ele e é considerado um dos arquitetos da reforma econômica liberal russa. Depois de deixar o Parlamento, em 2003, Nemtsov ajudou a criar e liderar diversos partidos e grupos de oposição. MSB/ap/afp/dpa/rtr/lusa #gallerrybig#
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